Israel mata 63 pessoas em Gaza nos dois primeiros dias de 2025
Forças de Tel Aviv mantêm escalada de ataques enquanto chuvas agravam situação dos deslocados palestinos na região
Diferentes ataques realizados pelas Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) nos dois primeiros dias do ano de 2025 causaram a morte de ao menos 63 civis palestinos.
A maior dessas operações ocorreu na madrugada desta quinta-feira (02/01) e matou 12 pessoas, incluindo várias crianças, que estavam numa barraca na zona de al-Mawasi, área costeira no sul de Gaza.
O bombardeio ocorreu na chamada de “zona humanitária”, onde centenas de tendas improvisadas abrigam milhares de famílias deslocadas de outras regiões. Entre os mortos estava o chefe da força policial de Gaza, Mahmud Salah, e seu vice, Hussam Shahwan.
As forças israelenses vêm realizando ataques frequentes à região de al-Mawasi nas últimas três semanas, com bombardeios aéreos e a utilização de drones e artilharia.
Bombardeados sem aviso enquanto dormiam
O ataque desta madrugada (02/01) não foi precedido de nenhum aviso e ocorreu quando as famílias dormiam. A versão de Tel Aviv para justificar os ataques afirma que a ação tinha como o chefe de polícia Hussam Shahwan e seu vice, alegando que ambos teriam ligações com o Hamas.

Saleh Najm e Anas Sharif/Wikimedia commons
Palestinos diante de vítimas tiradas dos escombros
Na madrugada anterior, nas primeiras horas do ano novo (01/01), os israelenses mataram 26 palestinos em Gaza. Os ataques ocorreram em Jabalia, no campo de refugiados de Bureij e na Cidade de Gaza, e na cidade de Khan Younis. Entre os mortos, quatro crianças e uma mulher. Outras dez pessoas estão desaparecidas e ainda estão sendo buscadas sob os escombros.
“Foi um massacre com partes de corpos de crianças e mulheres espalhadas por todo lugar. Elas estavam dormindo quando a casa foi bombardeada”, disse Abu Warda à agência Al Jazeera. “Ninguém sabe porque eles atacaram a casa, eram todos civis”.
Os bombardeios da madrugada de quinta-feira incluíram ainda um posto de gasolina nos arredores da cidade de Deir el-Balah (9 mortos), a cidade de Beni Suheila (dois mortos), o campo de Shati (três mortos) e o campo de refugiados de Jabalia (sete mortos).
Israel promete manter ataques e mais um bebê morre de frio
Ao mesmo tempo, as fortes chuvas vêm agravando as já precárias condições dos palestinos deslocados. Desde o ano novo, as águas estão invadindo suas barracas e outros abrigos improvisados e agravando o frio. Nove de cada dez palestinos foram deslocados de sua casas. Ainda nesta quinta-feira, uma sétima criança morreu de frio em Gaza, elevando o total de mortos por hipotermia para oito.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, prometeu que a ofensiva de seu exército seguirá enquanto o Hamas não interromper seus ataques a Israel e não libertar os reféns israelenses. No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou Israel matando 1.139 pessoas e fazendo cerca de 200 prisioneiros.
Desde então, o exército israelense já matou ao menos 45.581 palestinos e feriu 108.438. Isso apenas nas agressões militares e sem contar as cerca de 10 mil pessoas que se estima ainda estejam sob os escombros.
No entanto, os números não contemplam as milhares de mortes causadas pela desnutrição e doenças provocadas pelo bloqueio que Israel impõe à entrada de provisões em Gaza. Estudos mostram que essas mortes indiretas poderiam aumentar em quatro vezes o número total de mortos.
Com informações de Al Jazeera.























