Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Diferentes ataques realizados pelas Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) nos dois primeiros dias do ano de 2025 causaram a morte de ao menos 63 civis palestinos.

A maior dessas operações ocorreu na madrugada desta quinta-feira (02/01) e matou 12 pessoas, incluindo várias crianças, que estavam numa barraca na zona de al-Mawasi, área costeira no sul de Gaza.

O bombardeio ocorreu na chamada de “zona humanitária”, onde centenas de tendas improvisadas abrigam milhares de famílias deslocadas de outras regiões. Entre os mortos estava o chefe da força policial de Gaza, Mahmud Salah, e seu vice, Hussam Shahwan.

As forças israelenses vêm realizando ataques frequentes à região de al-Mawasi  nas últimas três semanas, com bombardeios aéreos e a utilização de drones e artilharia.

Bombardeados sem aviso enquanto dormiam

O ataque desta madrugada (02/01) não foi precedido de nenhum aviso e ocorreu quando as famílias dormiam. A versão de Tel Aviv para justificar os ataques afirma que a ação tinha como o chefe de polícia Hussam Shahwan e seu vice, alegando que ambos teriam ligações com o Hamas.

Saleh Najm e Anas Sharif/Wikimedia commons
Palestinos diante de vítimas tiradas dos escombros

Na madrugada anterior, nas primeiras horas do ano novo (01/01), os israelenses mataram 26 palestinos em Gaza. Os ataques ocorreram em Jabalia, no campo de refugiados de Bureij e na Cidade de Gaza, e na cidade de Khan Younis. Entre os mortos, quatro crianças e uma mulher. Outras dez pessoas estão desaparecidas e ainda estão sendo buscadas sob os escombros.

“Foi um massacre com partes de corpos de crianças e mulheres espalhadas por todo lugar. Elas estavam dormindo quando a casa foi bombardeada”, disse Abu Warda à agência Al Jazeera. “Ninguém sabe porque eles atacaram a casa, eram todos civis”.

Os bombardeios da madrugada de quinta-feira incluíram ainda um posto de gasolina nos arredores da cidade de Deir el-Balah (9 mortos), a cidade de Beni Suheila (dois mortos), o campo de Shati (três mortos) e o campo de refugiados de Jabalia (sete mortos).

Israel promete manter ataques e mais um bebê morre de frio

Ao mesmo tempo, as fortes chuvas vêm agravando as já precárias condições dos palestinos deslocados. Desde o ano novo, as águas estão invadindo suas barracas e outros abrigos improvisados e agravando o frio. Nove de cada dez palestinos foram deslocados de sua casas. Ainda nesta quinta-feira, uma sétima criança morreu de frio em Gaza, elevando o total de mortos por hipotermia para oito.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, prometeu que a ofensiva de seu exército seguirá enquanto o Hamas não interromper seus ataques a Israel e não libertar os reféns israelenses. No dia  7 de outubro de 2023, o Hamas atacou Israel matando 1.139 pessoas e fazendo cerca de 200 prisioneiros.

Desde então, o exército israelense já matou ao menos 45.581 palestinos e feriu 108.438. Isso apenas nas agressões militares e sem contar as cerca de 10 mil pessoas que se estima ainda estejam sob os escombros.

No entanto, os números não contemplam as milhares de mortes causadas pela desnutrição e doenças provocadas pelo bloqueio que Israel impõe à entrada de provisões em Gaza. Estudos mostram que essas mortes indiretas poderiam aumentar em quatro vezes o número total de mortos.

 

Com informações de Al Jazeera.