Fome e onda de calor assolam Gaza, enquanto Israel segue com ataques

Além dos constantes bombardeios israelenses, deslocamento e fome, os civis enfrentarão uma forte onda de calor na Faixa de Gaza. Hind Khoudary, da emissora catari Al Jazeera, informou nesta sexta-feira (15/08) que os abrigos improvisados que acolhem os palestinos deslocados não têm eletricidade, ar-condicionado, ventiladores ou escapatória do calor.

“Esses abrigos retêm o ar quente, transformando as casas em fornos. Lá dentro, as famílias lutam para respirar, se manter hidratadas e sobreviver. A água é escassa. Longas filas se estendem por quarteirões. Muitos esperam horas por alguns litros. Algumas famílias são forçadas a escolher entre beber, cozinhar e lavar roupa”, disse ela.

“Está muito quente dentro da tenda, então prefiro ficar do lado de fora. Nossa situação é muito difícil. Não podemos mais tolerar esta guerra e este calor”, disse Sharifa Abu Armaneh, uma palestina deslocada, à Al Jazeera.

“Se você entrar, entenderá o verdadeiro significado do calor. As pessoas ficam do lado de fora e dormem ao relento. Vivemos em sofrimento total“, acrescentou Abdel Fattah Almabhouh, outro civil deslocado, à emissora catari.

Guerra de Israel em Gaza matou pelo menos 61.776 pessoas e feriu 154.906
Wafa

Ataques e Mortes

Pelo menos 21 palestinos foram mortos em ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer desta sexta-feira (15/08), de acordo com fontes médicas. Sete das vítimas foram mortas a tiros pelas forças enquanto esperavam por ajuda no centro e sul do território.

O correspondente da agência de notícias Wafa relatou que três civis, incluindo uma criança, foram mortos depois que a ocupação bombardeou um grupo de cidadãos a oeste da cidade de Rafah. Outro civil foi martirizado e mais três ficaram feridos em ataques sionistas no centro de Gaza. Além disso, vários civis ficaram machucados por tiros israelenses na cidade de Asda’a, a noroeste de Khan Yunis.

O exército de ocupação (IOF) também bombardeou prédios no bairro de al-Zeitoun, enquanto um avião de guerra israelense atingiu a parte ocidental de Khan Yunis, no sul.

O ativista Osama Makhamreh acrescentou à Wafa que moradores palestinos foram atacados em suas casas na aldeia de Susiya, em Masfer Yatta, espancando um homem e sua esposa com paus e porretes, causando-lhes ferimentos na cabeça e nas mãos. Os dois foram transferidos para um hospital para tratamento.

Os colonos extremistas atacaram a residência de outro morador, destruindo várias árvores frutíferas e danificando seu veículo. As casas em Khirbet al-Fakhit, Masfer Yatta, também foram invadidas.

A IOF ainda incendiou quatro veículos e partes de uma casa na cidade de ‘Atara, a noroeste de Ramallah, e jogou coquetéis molotov em uma casa, causando danos materiais, além de pichar slogans racistas nos muros da área.

Água de esgoto inundou o departamento de emergência do Hospital Nasser, em Gaza, depois que um ataque israelense danificou a infraestrutura próxima. Médicos alertam médicos alertam para aumento de infecções, incluindo surtos de doenças entre os pacientes.

A guerra de Israel em Gaza matou pelo menos 61.776 pessoas e feriu 154.906. Outras quatro mortes por fome foram confirmadas nas últimas 24 horas, elevando o número total para 239, incluindo 106 crianças, informou o Ministério da Saúde do enclave.