Sábado, 6 de dezembro de 2025
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As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) realizaram novos ataques nesta terça-feira (15/10) nas cidades de Beni Suhaila e Fakhari em Gaza, resultando na morte de ao menos 15 pessoas, incluindo seis crianças e duas mulheres

Mais de 340 palestinos, boa parte crianças, já foram mortos desde que, há 11 dias, os militares israelenses deram início a mais uma escalada de ataques contra o norte da Faixa de Gaza e ao campo de refugiados de Jabalia. A região está cercada, com mais de 400 mil palestinos preso e com falta de suprimentos, já que as IDF bloquearam a entrada de ajuda e impede a saída das pessoas, embora Israel tenha emitido uma ordem de evacuação

Na segunda-feira (14/10), as tropas israelenses mataram ao menos 10 pessoas que faziam fila para receber comida e ordenaram que as demais evacuassem o local

Presos sob as bombas

Ao mesmo tempo, se intensificaram os bombardeios à região, já devastada por diversos ataques no último ano. Distritos residenciais inteiros estão sendo destruídos, além de estradas, hospitais e campos de refugiados. O que sobrevive aos bombardeios aéreos, muitas vezes é destruído pelas bombas que as forças terrestres instalam e explodem em casas numa política de terra arrasada.

Com o bloqueio à entrada de suprimentos, já não há mais remédios e as ambulâncias não tem combustível para levar os feridos aos poucos hospitais que funcionam precariamente. Mesmo alimentos e água potável começam a escassear.

“O que está ocorrendo no norte de Gaza agora é um genocídio dentro do genocídio”, denunciou o embaixador palestino Majed Mamya, observador permanente adjunto na ONU, em sua rede social.

IDF
Invasão terrestre do Exército de Israel isolou o norte de Gaza

Nasser, morador de Deir el-Balah, disse ao repórter Hani Mahmoud, da emissora catari Al jazeera, que: “enquanto o mundo está focado no Líbano e no possível ataque israelense contra o Irã, Israel está destruindo Jabalia. A ocupação está explodindo estradas e destruindo distritos residenciais. As pessoas não conseguem encontrar nada para comer, estão presas em casa com medo das bombas”.

40 alvos em 24 horas

Segundo Mahmoud, que reportava diretamente de Deir el-Balah, mais de 70 corpos permaneciam nas ruas na cidade desde domingo (13/10) porque os ataques israelenses impossibilitavam que a defesa civil os recuperasse. O próprio Exército israelense declarou no mesmo dia ter atingido 40 alvos nas 24 horas anteriores.

O isolamento que Israel impôs ao norte de Gaza com relação ao resto do enclave e seus repetidos apelos para que todos os palestinos abandonem a região preocupa o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU).

Eles temem que Israel esteja planejando uma transferência forçada em larga escala da população civil. O temor é fortalecido pelo evidente esforço das Forças de Defesa israelenses em destruir toda a infraestrutura na região. Hospitais, escolas, estradas e residências que resistiram aos bombardeios da aviação estão sendo explodidos por bombas do Exército

A relatora especial das Nações Unidas (ONU) para o território palestino ocupado, Francesca Albanese, denuncia que as tropas israelenses “aceitaram ser executoras voluntárias de um plano genocida”.

Em suas redes sociais, ela postou: “é de cair o queixo pensar que NÓS SABEMOS o que Israel está fazendo e, juntos, não podemos impedir isso. Olhando onde estávamos há 100 anos, não houve muito progresso”.