Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Enquanto intensifica uma nova ofensiva terrestre na principal cidade do território palestino, Israel anunciou nesta quarta-feira (17/09) uma rota “temporária” para os moradores fugirem a força da Cidade de Gaza. Desde o amanhecer, pelo menos 50 palestinos morreram, sendo 38 deles na Cidade de Gaza, de acordo com fontes hospitalares ouvidas pela emissora catari Al Jazeera.

O Exército israelense “anuncia a abertura de uma rota de transporte temporária pela Rua Salah al-Din”, declarou o porta-voz Avichay Adraee em um comunicado, segundo a Agence France-Presse (AFP). Ele acrescentou que “a rota ficará aberta por apenas 48 horas”.

O campo de refugiados de Shati, a oeste da Cidade de Gaza, foi alvo da escalada militar israelense. Seis palestinos foram mortos e outros ficaram feridos em um ataque aéreo contra residências no local. Outras duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em uma ofensiva nas proximidades do Hospital Batista.

O Complexo Médico Nasser, na Faixa de Gaza, também informou que cinco palestinos foram mortos em um bombardeio que atingiu uma tenda de deslocados na área de Al-Mawasi, em Khan Yunis.

Segundo a WAFA, equipes de resgate anunciaram que cinco palestinos foram mortos e mais de 50 ficaram feridos durante um ataque aéreo a um grupo de deslocados que aguardavam para receber ajuda humanitária perto de um centro de distribuição ao norte de Rafah.

No bairro de Sheikh Radwan, a noroeste da Cidade de Gaza, vários civis também foram mortos e feridos por um ataque israelense ao prédio Ajur, enquanto caças do país atacaram uma casa na primeira rua do bairro.

Colonos israelenses invadiram o complexo da Mesquita de Al-Aqsa sob proteção policial, relatou a agência de notícias Wafa. De acordo com a província de Jerusalém, dezenas de colonos entraram no complexo em grupos, realizando passeios e rituais talmúdicos, proibidos no local.

Fontes médicas do enclave informaram que na terça-feira (16/09) cerca de 108 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, incluindo 39 no norte, nove nas áreas centrais e seis no sul. A guerra de Israel na Palestina já vitimou pelo menos 64.964 pessoas e feriu outras 165.312 desde outubro de 2023.

Cidadãos fogem para o sul da Faixa de Gaza após bombardeios israelenses intensificados em todas as áreas da Cidade de Gaza

Cidadãos fogem para o sul da Faixa de Gaza após bombardeios israelenses intensificados em todas as áreas da Cidade de Gaza
WAFA

Pelo menos 30 palestinos foram detidos entre a noite de terça-feira (16/09) e a manhã de quarta-feira (17). A Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS) afirmou que as forças de ocupação israelenses prenderam aproximadamente 120 palestinos na Cisjordânia ocupada desde o início da semana, incluindo crianças, mulheres, reféns e ex-detentos.

O número total de detenções na Cisjordânia desde o início do conflito atual chegou a aproximadamente 19.000, incluindo mais de 590 mulheres e cerca de 1.550 crianças.

Israel amplia ofensiva em Gaza

Israel lançou na noite de segunda-feira (15/09) uma ofensiva terrestre em larga escala contra a Cidade de Gaza. Enquanto tanques avançavam na área, navios e aviões de guerra israelenses intensificaram os bombardeios. Segundo autoridades do país, esta é a fase principal da operação para tomar o controle da região.

Na terça-feira (16/09), o Estado israelense intensificou a ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, enviando tanques e veículos blindados controlados remotamente, carregados com explosivos, para suas ruas. A ação desafia as críticas internacionais e as conclusões de uma comissão da ONU de que Israel está cometendo genocídio no território palestino. O Ministério das Relações Exteriores israelense rejeitou o relatório da comissão, classificando-o como “distorcido e falso”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar claro que Israel não tem interesse em um resultado pacífico. “Israel está determinado a ir até o fim e não está aberto a uma negociação séria para um cessar-fogo, com consequências dramáticas do ponto de vista de Israel”, declarou Guterres.

Um inquérito das Nações Unidas concluiu que a guerra de Israel em Gaza constitui genocídio, um marco significativo após quase dois anos de conflito.

A Convenção sobre Genocídio de 1948 define o crime como atos cometidos “com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Para ser configurado, pelo menos um de cinco atos específicos deve ter ocorrido.

A partir disso, a comissão das Nações Unidas firmou que Israel cometeu quatro deles: homicídio; inflição de danos físicos ou mentais graves; imposição deliberada de condições de vida calculadas para causar a destruição física total ou parcial; e imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos.