Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A aprovação do plano de ocupação total da Cidade de Gaza pelo ministro da Defesa isralense, Israel Katz, nesta quarta-feira (20/08) gerou forte repúdio internacional. Para promover a ocupação total do território foram convocados 60.000 reservistas e ordenada a extensão do serviço para mais 20.000 soldados.

Israel também anunciou a aprovação de um plano que pretende construir um novo bloco de assentamentos na Cisjordânia. A medida, informa The Guardian, dividiria a Cisjordânia em duas visando acabar com qualquer perspectiva do estabelecimento de um Estado palestino, de acordo com o ministro das Finanças de extrema-direita israelense, Bezalel Smotrich.

Ao comentar ambos os planos israelenses, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, foi categórico: Israel está “matando todas as perspectivas” de paz no Oriente Médio. A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa Moscou, ao lado do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, após a assinatura de acordos, incluindo o cancelamento mútuo da exigência de visto entre os dois países.

“O mundo deve agir imediatamente para impedir as ações de Israel, que só levarão a mais destruição e conflito na região”, afirmou Safadi.  “Há uma proposta árabe clara que está na mesa desde 2002. Queremos alcançar uma paz duradoura baseada no fim da ocupação e no cumprimento dos direitos legítimos do povo palestino à liberdade e à criação de um Estado”.

Ele saudou “as decisões dos países europeus de reconhecer o Estado da Palestina” e apelou “a outros países para que se juntem a eles”. Além de frisar que a Jordânia continua os esforços “para deter a agressão em Gaza e acabar com os massacres”.

Safadi também afirmou que “as políticas israelenses visam prolongar o conflito e expandir seu controle sobre áreas nos territórios palestinos e até mesmo no Líbano e na Síria”. E acrescentou: “a interferência israelense é o que está impulsionando as crises na Síria, e pedimos um fim imediato a isso”.

‘O mundo deve agir imediatamente para impedir as ações de Israel, que só levarão a mais destruição e conflito na região’, afirmou Ayman Safadi
@Ministério das Relações Exteriores da Jordânia

Repúdio

O ministério das Relações Exteriores da Jordânia informou, na plataforma X, que o Rei Abdullah II da Jordânia havia conversado por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, e enfatizado a necessidade de intensificar os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e acalmar a situação na Cisjordânia e na Jordânia. Macron, informa The Guardian, disse que a nova ofensiva proposta em Gaza levaria a um “verdadeiro desastre” e arrastaria a região para uma “guerra permanente”.

A ocupação total aprovada pelo Ministério da Defesa israelense também foi condenada pela Alemanha. O porta-voz do governo alemão, Steffen Meyer, afirmou ao repórteres que Berlim “rejeita a escalada” da campanha de Israel em Gaza e acha “cada vez mais difícil entender como essas ações levarão à libertação de todos os reféns ou a um cessar-fogo”.

Familiares dos reféns em Gaza também se manifestaram contra a ocupação. Eles temem que um ataque ampliado possa colocar em risco os esforços para trazer para casa os 50 reféns que ainda estão no território, e pressionam por um cessar-fogo imediato da ofensiva de Israel, que já matou mais de 62 mil palestinos e provocou uma crise humanitária na região.