Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Exército de Israel declarou nesta quinta-feira (04/09) que controla cerca de 40% da Cidade de Gaza e que pretende expandir sua ofensiva nos próximos dias. O anúncio ocorreu em meio a novos bombardeios que forçaram milhares de palestinos a deixar suas casas.

“Hoje controlamos 40% do território da Cidade de Gaza. A operação continuará a se expandir e a se intensificar nos próximos dias. Continuaremos a perseguir o Hamas em todos os lugares”, afirmou o porta-voz militar israelense, general de brigada Effie Defrin, em coletiva de imprensa.

O exército israelense também anunciou na sexta-feira no X que, “nos próximos dias”, realizaria “ataques precisos e direcionados” contra edifícios que considera “infraestruturas terroristas que representam uma ameaça direta aos soldados” .

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde o amanhecer desta sexta-feira (05/09), mais 44 palestinos foram mortos, 30 entre eles na Cidade de Gaza.

Ao pressionar pelo cessar-fogo, o Hamas publicou no Telegram um vídeo de três minutos com imagens de dois prisioneiros israelenses, junto com a mensagem “o tempo está se esgotando”. A mídia israelense identificou um dos cativos no vídeo como Guy Gilboa-Dalal.

Yair Golan, chefe do partido de oposição Democratas de Israel, disse que as imagens “ressaltam a necessidade urgente de trazer todos de volta”. Ele afirmou que a guerra de Gaza foi inicialmente “justificada”, mas desde então se transformou em “guerra de sobrevivência de Netanyahu, em vez de devolver os reféns e garantir a segurança de Israel”.

“Devemos e nos comprometemos a parar esta guerra política, trazer Guy e seus 47 companheiros para casa e acabar com esse abandono”, afirmou.

Entre mais de 62 mil palestinos mortos desde outubro de 2023, 30% eram crianças; uma média de 28 menores assassinados por dia
Agência WAFA

Ataques

Segundo o correspondente da Al Jazeera, Tareq Abu Azzoum, as forças israelenses avançaram para o “coração” da capital, atingindo tendas improvisadas, blocos de apartamentos e edifícios residenciais.

As forças israelenses, aponta o jornalista, avançam sobre o bairro Sheikh Radwan, um dos mais movimentados da Cidade de Gaza, perto do Hospital al-Shifa. “Os civis estão sendo empurrados para o extremo oeste da cidade, mas é apenas uma questão de tempo até que esse lado também enfrente destruição em massa”, relatou.

Na Cisjordânia ocupada, dezenas de colonos israelenses invadiram a comunidade de Khallet al-Dabaa, na área de Masafer Yatta, ao sul de Hebron e atacaram moradores com paus e facas. Segundo a agência Anadolu, ao menos 20 palestinos ficaram feridos, entre eles idosos, crianças e um bebê de três meses.

Na avaliação do professor de Relações Internacionais da Universidade de Turim, Lorenzo Kamel, Israel já está anexando a Cisjordânia ocupada, mas tem “pouco interesse em ter uma declaração formal”.

Ele disse à Al Jazeera, que comentários recentes de altos funcionários israelenses sobre a anexação da Cisjordânia ocupada são “a normalização da supremacia baseada em um uso seletivo da história”.