Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Israel devolveu, nesta sexta-feira (31/10), corpos e restos mortais de 30 palestinos, no âmbito da quinta troca de reféns prevista no acordo de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza.

Após a devolução, intermediada pela Cruz Vermelha, os corpos chegaram ao Complexo Médico Nasser em Khan Younis. Segundo os médicos, a maioria dos corpos apresentava sinais de tortura, queimaduras e execução.

“Muitos estavam com as mãos e os olhos amarrados e, em vários casos, seus traços faciais estavam tão desfigurados que as famílias não conseguiram identificá-los”, relatou a agência Wafa.

A devolução, que totalizou 225 corpos palestinos até o momento, ocorreu após o grupo palestino Hamas devolver os restos mortais de mais dois reféns israelenses na última quinta-feira (30/10): Amiram Cooper e Sahar Baruch. Do lado israelense, 15 corpos já foram entregues, enquanto os demais enquanto os demais seguem sendo procurados nos escombros deixados por Israel em Gaza.

Apesar da devolução de palestinos vivos e mortos que estavam em prisões israelenses, o governo Benjamin Netanyahu segue detendo pessoas, especialmente na Cisjordânia. De acordo com a Wafa, as IDF prenderam dois palestinos de Nablus e cinco de Qalqilya após invasões noturnas nesta sexta-feira.

Israel segue matando palestinos

Mesmo em meio ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) mataram cinco palestinos nesta sexta-feira (31/10), segundo a agência de notícias local Wafa.

Segundo relatos de fontes médicas do Hospital Al-Shifa, duas das vítimas foram mortas após terem sido baleadas por tropas israelenses. Uma delas foi morta em Jabalia, no norte do enclave palestino, e a outra na Cidade de Gaza

Outra vítima teria sido um jovem palestino chamado Mahmoud Suleiman Al-Wadiya, de acordo com a Wafa. Ele foi baleado pelas IDF, no bairro de Shujaiya, a leste da Cidade de Gaza. Seu irmão também foi atingido e ferido, mas sobreviveu ao ataque.

Israel tem repetidamente violadoe cessar-fogo na Faixa de Gaza
Mohammad Emad /IRNA/Fotos Públicas

Já Hamdi Ahmad Al-Breim foi morto por um bombardeio israelense que tingiu sua casa no bairro de Musabbah, na cidade de Abasan Al-Kabira, a leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo a Wafa, Mohammad Salem Qudeih morreu em decorrência dos ferimentos de um ataque israelense contra uma tenda de deslocados em Al-Mawasi, em Khan Younis.

Israel tem repetidamente violado o acordo de cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assinado com o grupo de resistência palestina Hamas em 10 de outubro.

As IDF seguem realizando ataques aéreos, bombardeios e tiroteios, elevando para 68.527 o número de palestinos mortos desde o início do genocídio, em 7 de outubro de 2023, segundo a emissora Al Jazeera.

Bloqueio de ajuda humanitária

Em meio às violações de cessar-fogo e trocas de reféns, outro ponto crucial do acordo é a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) declarou continuar agindo no enclave como “espinha dorsal humanitária”.

“Famílias deslocadas encontram segurança em escolas da UNRWA, onde as salas de aula se tornaram lares temporários. Nossos assistentes sociais oferecem proteção, apoio psicossocial e esperança, ajudando as pessoas a reconstruir suas vidas com dignidade”, declarou nesta sexta-feira.

Contudo, Israel segue bloqueando a entrada de ajuda humanitária em Gaza. De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA), “a expansão das operações humanitárias em Gaza permanece limitada pelas restrições em vigor e outros impedimentos”.

Em comunicado divulgado na última quinta-feira (30/10), as atividades humanitárias estão sendo redirecionadas de acordo com ordens israelenses. “Os comboios agora são obrigados a passar pelo Corredor Filadélfia – ao longo da fronteira com o Egito – e depois subir a estreita Estrada Costeira. Essa estrada é estreita, danificada e muito congestionada. O trânsito permaneceu mais lento, mesmo depois que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) reparou a estrada”, detalhou.

Assim, a ONU exigiu “mais travessias e rotas internas para ampliar as coletas e a capacidade de resposta” humanitária no enclave palestino.

(*) Com informações de Folha de S. Paulo