Israel destrói três arranha-céus na Cidade de Gaza e desloca 300 mil palestinos
Forças israelenses matam 48 civis desde o amanhecer, sendo a maioria no centro urbano do enclave; residentes tentam fugir para o sul, mas relatam escassez de água e superlotação
Desde as primeiras horas deste domingo (14/09), pelo menos 48 palestinos foram mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza, de acordo com os dados atualizados pelo Ministério da Saúde local. 32 das mortes ocorreram somente na Cidade de Gaza.
A ofensiva direcionada ao principal centro urbano do enclave se intensificou nesta manhã, conforme alertaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) no dia anterior. O Exército sionista confirmou ter bombardeado três torres na Cidade de Gaza e alegou, sem provas, que membros do Hamas “se prepararam para realizar ataques contra as tropas da IDF na área de um dos prédios atingidos”.
Uma das ofensivas lideradas pela Força Aérea israelense destruiu um prédio da Universidade Islâmica na Cidade de Gaza, local que era usado exclusivamente para abrigar palestinos deslocados. Apenas neste sábado, três arranha-céus da região foram atingidos pelas IDF.
Segundo o jornal israelense Haaretz, as tropas sionistas também ameaçaram destruir um prédio do município central que armazena “milhares de itens arqueológicos”. Dias atrás, os Institutos Franceses de Bíblia e Arqueologia (Ecole Biblique) haviam informado que Israel estava prestes a destruir um prédio cujo andar inferior era usado como depósito para descobertas históricas. De acordo com a emissora catari Al Jazeera, fontes familiarizadas com o assunto disseram que, com o aviso, “a França, a UNESCO e o Patriarca Latino de Jerusalém ajudaram a atrasar o ataque”.

Forças israelenses intensificam ataques na Cidade de Gaza e estimam que 300 mil palestinos fugiram da região
Israel Defense Forces
Deslocamento em massa
Segundo as novas estimativas das IDF, mais de 300 mil palestinos fugiram da Cidade de Gaza para outras áreas do enclave. Antes da implementação do plano de ocupação israelense, a região abrigava cerca de um milhão de palestinos.
À medida que as tropas sionistas atacam o centro urbano, as famílias são forçadas a se deslocarem para al-Mawasi, na região sul, uma área designada por Tel Aviv como uma “zona segura”, embora tenha sido atacada de forma recorrente ao longo do genocídio em curso.
Entretanto, segundo a Al Jazeera, muitos daqueles que fogem para al-Mawasi têm voltado para a Cidade de Gaza, uma vez que não há água na região e os abrigos estão superlotados. “As famílias estão dormindo ao ar livre. A situação é extremamente terrível”, relatou um palestino ao veículo catari.
“A comida é escassa e, dentro dessas tendas, as pessoas estão com fome e desnutridas. O inverno está se aproximando e precisamos urgentemente de novas tendas. Além disso, esta área não pode lidar com mais famílias deslocadas”, disse outro palestino deslocado.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 64.871 pessoas foram mortas e 164.610 feridas em ataques israelenses.























