Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Após o Hamas aprovar a proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores Catar e Egito, o Ministério da Defesa de Israel autorizou nesta quarta-feira (20/08) o plano militar que prevê a ocupação da Cidade de Gaza, o principal centro urbano do enclave, em uma operação que convocará 60 mil reservistas, além de prolongar o serviço de outros 20 mil.

Segundo os militares, o projeto assinado pelo ministro Israel Katz, engloba áreas mais densamente povoadas de Gaza, o que deve provocar a evacuação forçada de um milhão de cidadãos palestinos, ou seja, cerca de metade da população total do enclave.

O anúncio ocorre no momento em que grupos de direitos humanos alertam que uma crise humanitária pode se agravar na região, em meio a uma fome generalizada decorrente do bloqueio israelense. Desde 7 de outubro de 2023, a maioria dos moradores de Gaza foi deslocada diversas vezes, bairros ficaram em ruínas e mais de 62 mil pessoas morreram em bombardeios, sendo a maior parte das vítimas crianças e mulheres.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, um oficial militar israelense disse que a nova fase de combate envolveria “uma operação gradual, precisa e direcionada dentro e ao redor da Cidade de Gaza”, incluindo algumas áreas onde as forças não haviam invadido anteriormente. O chefe do exército israelense, Eyal Zamir, detalhou as etapas operacionais, que incluem o fortalecimento das tropas na região norte do enclave, em um esquema de preparação para assumir o controle da Cidade de Gaza.

As forças israelenses já começaram a operar nos bairros de Zeitoun e Jabalia como parte dos estágios iniciais.

Governo de Israel prepara Exército para assumir o controle da Cidade de Gaza
IRNA

Proposta de cessar-fogo aprovada

O plano de ocupação de Israel coincide com os esforços de mediação liderados pelo Catar e pelo Egito, com apoio dos Estados Unidos. No dia anterior, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores catari, Majed al-Ansari, confirmou o recebimento de uma resposta positiva do Hamas à proposta de cessar-fogo árabe, que tem como objetivo “chegar a um acordo abrangente para acabar com a guerra”.

Os veículos de comunicação israelenses apuraram que o governo de Benjamin Netanyahu já estava estudando o documento e que a resposta poderia ser dada em breve. Por outro lado, o jornal britânico The Guardian apurou que “Israel responderá até sexta-feira (22/08) sobre o plano de trégua em Gaza”, em meio à “crescente pressão”.

Al-Ansari alertou, durante a coletiva de terça-feira (19/08), que “se esta proposta falhar, a crise se agravará”, destacando que os países mediadores estão “fazendo tudo o que podem para chegar a um cessar-fogo”.

A estrutura mais recente do cessar-fogo consiste em uma trégua inicial de 60 dias, durante a qual será realizada uma troca escalonada de reféns palestinos e prisioneiros israelenses, com acesso expandido à ajuda humanitária. Assim que o acordo entrar em vigor, serão feitas as negociações para o fim permanente das hostilidades contra a Palestina.