Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Israel intensificou os ataques contra residências na Cidade de Gaza, atingindo até mesmo tendas de acampamentos improvisadas em toda a Faixa. Desde o amanhecer desta quinta-feira (04/09), pelo menos 37 palestinos foram mortos.

No campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, uma família inteira de sete pessoas – incluindo uma menina – foi “dizimada durante a noite”, relatou o repórter da Al Jazeera, Tareq Abu Azzoum.

“Foi uma noite muito sangrenta para as famílias na Cidade de Gaza”, descreveu o correspondente, ao relatar uma série de ataques aéreos e bombardeios de artilharia pesada na parte oriental da cidade. “Sabemos que várias tendas improvisadas foram atingidas, matando pelo menos quatro palestinos e ferindo outros 15 que agora estão recebendo tratamento de emergência no Hospital al-Shifa”, complementou.

Abu Azzoum também informou que a região de al-Mawasi, no sul de Gaza – apontada por Israel como zona segura – também foi atingida: “uma tenda improvisada foi atingida por três mísseis, matando e ferindo várias pessoas”. E sintetizou: “famílias estão sendo apagadas da existência em ataques a tendas, acampamentos e casas improvisadas. O que estamos vendo é um padrão de destruição que não deixa espaço seguro em Gaza”.

Segundo a agência WAFA, fontes médicas confirmaram que, desde que Israel quebrou seu acordo de cessar-fogo e retomou sua agressão na Faixa de Gaza em 18 de março de 2025, pelo menos 11.699 civis foram mortos e outros 49.542 ficaram feridos.

Nas últimas 24h, 84 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses; número de vítimas pela fome sobe para 370
Agência WAFA

84 mortes nas últimas 24h

Nas últimas 24h, 84 palestinos foram mortos e 338 se encontram feridos pelos ataques de Israel. O ministério da Saúde local afirma que “várias vítimas permanecem sob os escombros e nas ruas, já que as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las neste momento”.

Também aumentou o número de mortes devido à fome na Faixa de Gaza, informa a Al Jazeera. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 370 palestinos morreram de fome desde outubro de 2023, início da guerra de Israel contra o enclave. Entre as vítimas, estão 131 crianças. Só nas últimas 24 horas, três pessoas sucumbiram à desnutrição.

A médica britânica Victoria Rose, que atuou como voluntária em Gaza no Hospital Nasser, detalhou a situação dramática das crianças feridas em depoimento durante um tribunal informal em Londres. Segundo dados da ONU citados pela médica, 50 mil crianças já foram feridas em Gaza, em contraste com 2.400 na Ucrânia. “O número de crianças feridas é totalmente inaceitável”, afirmou.

Rose relatou seu dia de trabalho no hospital: “comecei com uma criança de 18 meses com 50% de queimaduras. Em seguida, um menino de três anos com 35% de queimaduras. Depois, uma menina de cinco anos com o braço estourado. Recuperamos metade de sua mão”.

“Então operei sua irmã, enquanto meus colegas operaram sua mãe ao lado. Depois, uma menina de sete anos com o joelho estourado e um menino que teve o tornozelo esquerdo arrancado, enquanto seu irmão era operado na sala ao lado”, complementou.

Cisjordânia ocupada

Na Cisjordânia ocupada, informa a agência Wafa, novas incursões das forças israelenses prenderam mais cinco pessoas em cidades próximas a Hebron, outras cinco em Salfit – incluindo um dirigente local do Fatah – além de prisões em Belém e operações de revistas em Nablus. Ontem (03/09), 15 pessoas foram presas na região, entre elas, o prefeito de Hebron, Tayseer Abu Sneineh.