Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Poucas horas após Israel anunciar uma “pausa tática” em partes da Faixa de Gaza, autoridades de saúde local informaram a morte de uma mulher e seus quatro filhos. Desde a manhã deste domingo (27/07), 53 palestinos foram mortos pelas forças israelenses.

Segundo o comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF), as operações militares serão interrompidas todos os dias, das 10h às 20h (horário local) em Muwasi, Deir al-Balah e na Cidade de Gaza. Em meio à pressão internacional, eles também informaram que “rotas seguras” foram definidas para permitir a movimentação de comboios da ONU e de outras agências humanitárias com toneladas de alimentos.

O Ministério da Saúde de Gaza registrou mais seis mortes por desnutrição nas últimas 24 horas, incluindo duas crianças. Desde o início dos ataques israelenses, 133 pessoas morreram de inanição, sendo 87 crianças. O número se soma a quase 60 mil pessoas assassinadas pelos ataques israelenses na região desde o início dos bombardeiros em outubro de 2023.

Neste domingo (27/07), a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos também deram início ao lançamento de paraquedas com 25 toneladas de ajuda humanitária. Imagens verificadas pela Al Jazeera mostram pacotes de ajuda caindo em uma área no noroeste da Cidade de Gaza.

Em postagem na plataforma X, o Ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Abdullah bin Zayed Al Nahyan, afirmou que “a situação humanitária em Gaza atingiu um nível crítico e sem precedentes”.

“Os Emirados Árabes Unidos permanecem na vanguarda dos esforços para fornecer assistência vital ao povo palestino. Garantiremos que a ajuda essencial chegue aos mais necessitados, seja por terra, ar ou mar”, afirmou, ao anunciar a retomada dos lançamentos aéreos.

133 pessoas já morreram vítimas de inanição em Gaza, incluindo 87 crianças, segundo autoridades locais
UNRWA

Toneladas de alimentos

Representantes das Nações Unidas e de ONGs humanitárias destacaram neste sábado (26/07) os riscos dos lançamentos aéreos chamando a medida de “cortina de fumaça”. Eles exigiram o fim imediato do bloqueio israelense e salientaram que toneladas de alimentos aguardam nas proximidades de Gaza para alimentar 2,1 milhões de pessoas.

Segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), há suprimentos suficientes para atender a todos por três meses. Em publicação na plataforma X, a entidade das Nações Unidas saudou “a notícia de que Israel está preparado para implementar pausas humanitárias e que corredores humanitários designados serão criados para facilitar a movimentação segura de comboios da ONU que entregam suprimentos emergenciais de alimentos e outras ajudas à população de Gaza”.

A Agência alertou que um terço da população de Gaza não come há dias, e quase meio milhão de pessoas enfrenta “condições semelhantes à fome”. “Um cessar-fogo acordado é a única maneira de a assistência humanitária chegar a toda a população civil em Gaza com suprimentos essenciais de alimentos de forma consistente, previsível, ordenada e segura — onde quer que estejam na Faixa de Gaza”, afirmou.

A PMA também pediu “aprovações mais rápidas, o uso de estradas e rotas alternativas dentro de Gaza, garantias de que não haverá forças armadas ou tiroteios perto dos comboios e a capacidade das organizações humanitárias de importar e usar os equipamentos de comunicação necessários para coordenar as entregas de ajuda”.

A agência informou que na semana passada, foram entregues 350 caminhões de ajuda alimentar “em circunstâncias extremamente desafiadoras que colocam civis e trabalhadores humanitários em tremendo risco. Isso representa pouco mais da metade do número de comboios que o PMA solicitou permissão para enviar”, complementou.

A Al Qahera News, afiliada ao governo egípcio, relatou que caminhões de ajuda começaram a seguir em direção a Gaza vindos do Egito.