Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo de Israel reagiu ao anúncio da União Europeia (UE), nesta quarta-feira (17/09), de que pretende adotar medidas econômicas e diplomáticas contra o país frente à escalada dos ataques israelenses na Faixa de Gaza.

Bruxelas apresentou uma proposta formal para suspender os acordos de livre comércio com Israel e impor sanções a autoridades ministeriais “extremistas”. A medida atinge os ministros israelenses de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, das Finanças, além de “colonos violentos e membros do Hamas”.

O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, afirmou na plataforma X que Tel Aviv reagirá caso as propostas da Comissão Europeia sejam aprovadas.

“Israel continuará a lutar, com a ajuda de seus amigos na Europa, contra as tentativas de prejudicá-lo enquanto estiver imerso em uma guerra existencial. As medidas contra Israel serão respondidas de acordo, e esperamos não ter que recorrer a elas”, escreveu Saar.

Ele salientou que as ações contra Israel “prejudicarão os interesses da própria Europa” e classificou as recomendações do Conselho de Comissários como “moral e politicamente distorcidas”. “É de esperar que não sejam adotadas como tem sido o caso até agora”, afirmou.

Chanceler israelense, Gideon Saar, afirma que Tel Aviv reagirá caso propostas de Bruxelas sejam aprovadas
@IsraelMFA / X

Tarifas de 227 milhões de euros

Segundo a Euronews, as propostas de Bruxelas incluem a suspensão das trocas comerciais entre Israel e os países no âmbito do Acordo de Associação. Isso pode significar aos cofres israelenses o pagamento de mais de 227 milhões de euros (R$ 1,4 bi), afetando 37% das mercadorias atualmente isentas de tarifas.

A UE é o maior parceiro comercial de Israel, representando 32% do comércio total do país. Na avaliação da Alta Representante da UE para Relações Exteriores, Kaja Kallas, o processo político para a adoção das medidas depende de aprovação dos países do bloco, em particular, da Alemanha e Itália, ainda resistentes à adoção de sanções do bloco contra Israel.

“Se os Estados-membros da UE concordarem que a situação é séria e desastrosa, eles devem responder com ações concretas. Se eles não apoiam essas medidas, que medidas podem apoiar? Deixe-os trazer alternativas”, afirmou Kallas.

Durante o anúncio da medida nesta quarta-feira (19/09), ela frisou que “o objetivo não é punir Israel”, mas sim pressionar o “governo israelense a mudar de rumo” e aliviar o sofrimento na Faixa de Gaza.