Nova embarcação da Flotilha da Liberdade zarpa rumo a Gaza
O barco pesqueiro Handala partiu da Sicília (Itália) neste domingo (13/07) com o objetivo de romper o bloqueio israelense de ajuda humanitária
O navio Handala, da Coalização Flotilha da Liberdade, zarpou neste domingo (13/07) do porto de Siracusa, Itália, com o objetivo de quebrar o bloqueio ilegal israelense a Gaza e entregar ajuda humanitária.
Maria Elena, membro da tripulação do Handala, disse da Sicília: “partimos para quebrar o bloqueio ilegal de Israel a Gaza. Prometemos ao povo de Gaza que não vamos parar até que o bloqueio seja quebrado, a Palestina seja libertada e Israel seja julgado por genocídio.”
O esforço ocorre pouco mais de um mês após as tropas israelenses apreenderem ilegalmente o navio anterior da Flotilha, o Madleen, com cargas de ajuda humanitária, e sequestrarem seus 12 voluntários e civis desarmados em águas internacionais, no dia 9 de junho.
Entre os passageiros do Madleen estavam figuras proeminentes como a ativista climática sueca Greta Thunberg e a deputada francesa do Parlamento Europeu Rima Hassan, juntamente com o jornalista Omar Faiad. A Coalizão da Flotilha da Liberdade enfatizou que seus membros não são governos, mas “o povo, que age quando as instituições falham”.

Handala, nova embarcação da Coalização Flotilha da Liberdade, zarpou neste domingo da Sicília rumo a Gaza
Reprodução / @GazaFreedomFlotilla
Esta viagem ocorre em um cenário de crise humanitária em Gaza. A tripulante María Elena denunciou que Israel não está apenas sitiando o povo de Gaza, mas “está matando e exterminando-o”. Desde março, quando a ocupação quebrou o cessar-fogo e retomou sua campanha genocida, mais de 6.572 palestinos foram mortos e mais de 23.000 feridos.
As crianças em Gaza também enfrentam fome severa, doenças e traumas. São mais de 50.000 crianças mortas ou feridas, de acordo com a Coalizão.
833 mortos nos centros de ajuda
No sábado (12/07), a ONU informou que pelo menos 833 pessoas foram mortas enquanto tentavam receber ajuda alimentar na Faixa de Gaza desde o final de maio. Quase dois terços das mortes aconteceram perto dos centros de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), controlada por Israel e pelos Estados Unidos.
O Handala, um barco de pesca reformado da década de 1960, recebeu o nome do personagem icônico desenhado pelo cartunista Naji al-Ali, que se tornou um símbolo da luta pela libertação da Palestina.
A viagem envolve médicos, advogados, ativistas voluntários, jornalistas e organizadores comunitários.
A rota do Handala não será direta para Gaza; ele fará uma escala em Gallipoli, na Puglia, uma região italiana que rompeu laços com Israel, antes de seguir para a Faixa.
A Coalizão Flotilha da Liberdade implementou um rastreador ao vivo em seu site para acompanhar o progresso do navio, considerando-o uma forma de proteção contra o “risco real e bem documentado de interceptação pelas forças navais israelenses”. Antes de invadir o Madleen, a ocupação interceptou e bloqueou suas comunicações.
Com esta viagem, a Flotilha da Liberdade abre um precedente, inspirando outras iniciativas, como uma nova flotilha planejada a partir do Magrebe, com dezenas de navios em preparação, que enviará “uma mensagem para o mundo inteiro”.
Michele Borgia, porta-voz italiano da Coalizão, afirmou que “a situação em Gaza está se tornando cada vez mais dramática. Não vamos desistir e continuaremos tentando romper o cerco.”























