Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Apesar do prazo de “três ou quatro dias” dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio do mais recente plano de paz na Faixa de Gaza no início desta semana, o Hamas declarou nesta sexta-feira (03/10) que o grupo precisa de mais tempo para estudar o documento. Composto por 10 cláusulas, o texto que inicialmente foi criticado por membros do movimento palestino como sendo pró-Israel, já está endossado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“O Hamas ainda continua as consultas sobre o plano de Trump […] e informou aos mediadores que elas estão em andamento e precisam de algum tempo”, disse um funcionário do Hamas, sob condição de anonimato, à agência AFP.

A proposta foi anunciada nesta segunda-feira (29/09). Ela pede um cessar-fogo em Gaza, a libertação de reféns, o desarmamento do Hamas e uma retirada gradual das tropas de ocupação israelenses do território palestino. Fora dos tópicos contemplados no documento oficial, está também a anistia de Netanyahu nas cortes internacionais pelos crimes cometidos contra os palestinos.

O ultimato de Trump de “três ou quatro dias” foi dado na terça-feira (30/09), sob a ameaça de dar aval para que a sua nação e Israel prossigam o genocídio na Faixa de Gaza. “O Hamas vai fazer isso ou não, e se não fizer, será um fim muito triste”, disse.

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante reunião na Casa Branca
X/Benjamin Netanyahu

O membro do gabinete político do Hamas, Mohammed Nazzal, disse em entrevista à emissora catari Al Jazeera na quinta-feira (02/09) que o grupo está “discutindo o plano seriamente, independentemente das muitas ressalvas”. Já em comunicado nesta sexta-feira, Nazzal indicou que o plano tem “pontos de preocupação” e que a posição oficial será anunciada “em breve”.

“Estamos em contato com mediadores e com partes árabes e islâmicas, e levamos a sério a obtenção de entendimentos”, acrescentou, destacando, em referência ao prazo de Trump, que o Hamas busca acordos “longe da pressão do tempo e das ameaças”.

De acordo com a RFI, uma fonte próxima do Hamas informou que o grupo pretende modificar trechos nos tópicos relacionados ao desarmamento em Gaza. 

No dia anterior, a emissora britânica BBC havia relatado que “os mediadores fizeram contato com o chefe da ala militar do Hamas em Gaza, que indicou que não concorda com o novo plano de cessar-fogo dos EUA”, pois acredita que o plano foi projetado “para acabar” com o grupo palestino.