Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Hamas pediu intervenção imediata do Conselho de Segurança da ONU após o que classificou como dois “massacres” cometidos por Israel na Faixa de Gaza, resultando na morte de 21 pessoas, a maioria delas crianças nesta terça-feira (02/09).

Segundo comunicado do grupo, um ataque de drone israelense atingiu civis na fila por água na área de al-Mawasi, próxima à cidade de Khan Younis, no sul do enclave. A ofensiva deixou 11 mortos, incluindo sete crianças. Em um ataque separado, os militares israelenses bombardearam a residência da família al-Af, no bairro de Daraj, no leste da Cidade de Gaza, matando dez pessoas, “a maioria mulheres e crianças”.

“Esses crimes expõem a natureza fascista criminosa do inimigo”, afirma o texto, acrescentando que Washington é um “parceiro em um crime contra a humanidade que a história nunca perdoará”. O comunicado reforça a acusação de que as ações de Israel configuram “crimes de guerra sob o direito internacional e o direito internacional humanitário” e exige intervenção imediata do Conselho de Segurança da ONU para impor o fim a esse genocídio brutal e responsabilizar os culpados”.

O Hamas também condenou a prisão do prefeito de Hebron, Tayseer Abu Sneineh, na Cisjordânia ocupada, alertando que a prisão ocorre no contexto do “perigoso ataque à cidade” em meio aos “planos de Israel de anexar as terras ocupadas da Cisjordânia”.

O grupo apontou o ataque como “continuação da abordagem brutal e agressiva da ocupação” e pediu ao povo de Hebron “que seja a cerca protetora do projeto nacional e permaneça como uma barreira inexpugnável contra todos os planos de ocupação que visam a cidade”.

78 mortes

Pelo menos 78 palestinos, incluindo 12 pessoas que buscavam ajuda humanitária, foram mortos e 281 ficaram feridos em ataques israelenses desde o amanhecer (02/09) na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave.

Bombardeiros israelenses atingiram várias regiões do território. Em al-Mawasi, no sul do enclave — apontada por Israel como “zona segura” — sete pessoas foram mortas, incluindo cinco crianças que esperavam em uma fila pela distribuição de água.

Somente em agosto, 185 pessoas morreram devido à falta de alimentos, elevando o total de óbitos relacionados à fome para 361, sendo 130 crianças. Nas últimas 24 horas, foram registradas 13 mortes adicionais por desnutrição, de acordo com autoridades médicas locais.

Desde 27 de maio, quando Israel adotou um novo sistema de distribuição de ajuda pelo GHF, apoiado pelos Estados Unidos, 2.306 palestinos foram mortos enquanto buscavam suprimentos, e 16.929 ficaram feridos.

Hamas pede ação ‘imediata’ do Conselho de Segurança contra massacres em Gaza
Agência WAFA

Cidade de Gaza

Na Cidade de Gaza, pelo menos 42 pessoas foram mortas desde o amanhecer desta terça-feira, segundo fontes médicas. No bairro de Daraj, equipes de resgate retiraram seis corpos e quatro feridos dos escombros de uma casa próxima à Escola Al-Zahra.

Outros ataques deixaram 12 mortos em Tal al-Hawa, sete em Sheikh Radwan e cinco atingidos a tiros perto de um ponto de distribuição de ajuda no Corredor Morag.

Enquanto a Cidade de Gaza segue sob “bombardeio muito pesado”, conforme relatou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, à Al Jazeera, milhares de palestinos continuam a fugir do avanço das forças israelenses, mas sem ter para onde ir.

Cisjordânia ocupada

A escalada da violência também atinge a Cisjordânia ocupada. Nas últimas 24 horas, 25 palestinos foram presos em operações militares, incluindo o prefeito de Hebron, Tayseer Abu Sneineh, de acordo com a agência de notícias Wafa e o Escritório de Mídia dos Prisioneiros Palestinos.

As batidas ocorreram em oito províncias, com destaque para Nablus, onde 13 pessoas foram detidas. Em Bal’a, na província de Tulkarem, soldados usaram escavadeiras e cães policiais, causando destruição em residências, enquanto confrontos foram registrados em Kafr Thulth, em Qalqilya.