Hamas e mediadores do Egito e Catar debatem proposta de cessar-fogo no Cairo
Encontro ocorre nesta segunda-feira (18/08) após intensa pressão dentro e fora de Israel contra o plano de ocupação total de Netanyahu
Um dia após os intensos protestos ocorridos em Israel contra o plano de “ocupação total” da Cidade de Gaza, negociadores do Hamas e mediadores internacionais do Egito e do Catar reúnem-se nesta segunda-feira (18/08) no Cairo para discutir uma nova proposta de cessar-fogo com Israel.
Segundo informações de uma autoridade palestina ouvida pela agência AFP, sob condição de anonimato, a proposta prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de reféns em duas etapas, como um acordo prévio para iniciar negociações sobre um cessar-fogo permanente.
O primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, viajou nesta segunda-feira ao Egito para participar das negociações. Tanto Doha quanto o Cairo têm atuado como principais mediadores entre Israel e Hamas.
Após a conversa, afirmou a fonte, o Hamas deve realizar consultas internas com sua liderança e com representantes de outras facções palestinas antes de apresentar uma resposta. O encontro ocorre após uma rodada anterior de conversas indiretas em Doha, encerrada em 25 de julho sem avanços concretos.

Negociadores do Hamas e mediadores internacionais do Egito e do Catar reúnem-se nesta segunda-feira (18/08)
Jaber Jehad Badwan / Wikipedia Commons
Pressões
Centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas neste domingo (17/08) em Israel, em uma das maiores mobilizações desde o início da guerra há 22 meses, exigindo do governo israelense um acordo imediato para a libertação de prisioneiros mantidos em Gaza.
A crescente cobrança popular adiciona peso às negociações em curso no Egito e ocorre em meio à intensificação dos combates e ao agravamento da crise humanitária em Gaza, que já enfrenta meses de bombardeios e bloqueios impostos por Israel.
O Hamas criticou com veemência o plano de Israel de tomar a Cidade de Gaza e de deslocar à força sua população, classificando as promessas de Tel Aviv de prover abrigo e assistência humanitária como “um crime de guerra” e “um engano flagrante”.
Segundo o Canal 12 de Israel, o chefe de gabinete Eyal Zamir disse em discussões fechadas nos últimos dias que o processo de evacuação esperado de residentes da Cidade de Gaza levará menos de dois meses, e que após concluída essa etapa, “as etapas de cercar a Cidade de Gaza, entrar nela e ocupá-la serão realizadas”.























