Hamas e Israel trocam listas de prisioneiros para possível acordo de cessar-fogo
Negociadores mostram otimismo em negociação; el-Sisi, presidente do Egito convida Trump para cerimônia de assinatura
Taher al-Nounou, alto funcionário do Hamas, afirmou nesta quarta-feira (08/10) que negociadores de seu grupo e de Israel trocaram listas de prisioneiros e reféns que seriam libertados caso um acordo seja alcançado durante as negociações de cessar-fogo no Egito.
Segundo a agência britânica Reuters, al-Nounou também declarou que o grupo de resistência palestino demonstrou otimismo quanto à possibilidade de chegar a um entendimento.
A delegação da Jihad Islâmica Palestina (PIJ) também chegará ao Egito esta noite para participar das negociações indiretas em Sharm el-Sheikh entre Israel e o Hamas, conforme anunciado pelo grupo armado. A PIJ, que mantém prisioneiros israelenses, é o menor dos dois principais grupos palestinos na Faixa de Gaza.
O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, convidou Donald Trump para uma cerimônia de assinatura do cessar-fogo, caso um acordo seja concluído. “Convido o presidente dos EUA, Donald Trump, a comparecer à assinatura do acordo de cessar-fogo no Egito, caso seja alcançado. Seria maravilhoso tê-lo aqui”, declarou el-Sisi, mostrando-se otimista com um possível avanço.
Izzat al-Risheq, membro do gabinete político do grupo palestino, recebeu o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani; o chefe da agência de inteligência turca, Ibrahim Kalin; e o diretor do Serviço de Inteligência Egípcio, Hassan Mahmoud Rashad, para as negociações de cessar-fogo em andamento na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh.
Em comunicado, o grupo palestino afirmou que as autoridades dão às negociações um “forte impulso para alcançar resultados positivos em direção a um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros”.
O Hamas acrescentou que a inclusão dos oficiais “restringe a margem de manobra de Netanyahu para continuar a agressão e inviabilizar as negociações”.

Condições precárias de vida e saúde são enfrentadas por pessoas deslocadas no campo de Al-Bureij, no centro da Faixa de Gaza
Wafa
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu que Israel intensifique os esforços pela paz enquanto as negociações no Egito continuam pelo terceiro dia. “A paz não é um pássaro com uma única asa. Colocar todo o fardo da paz sobre o Hamas e os palestinos não é uma abordagem justa, correta ou realista”. Afirmou que o governo israelense permanece como o principal obstáculo à paz e também exigiu que o país interrompa os ataques a Gaza.
Mortes em Gaza
Os óbitos continuam apesar das negociações de cessar-fogo em andamento em Sharm el-Sheikh, no Egito, há três dias. A guerra de Israel em Gaza matou pelo menos 67.183 pessoas e feriu outras 169.841 desde outubro de 2023.
A agência da ONU para a infância, a UNICEF, fez um apelo pelo fim imediato dos conflitos em Gaza, informando que, desde sábado, 14 crianças teriam sido mortas.
“Nos últimos dois anos, um número impressionante de 64.000 crianças foram mortas ou mutiladas na Faixa de Gaza, incluindo pelo menos 1.000 bebês. Não sabemos quantas outras morreram devido a doenças evitáveis ou estão soterradas sob os escombros”, afirmou a UNICEF em comunicado.
“Cada criança morta é uma perda irreparável. Pelo bem de todas as crianças em Gaza, esta guerra precisa acabar agora”, declarou a agência.
Civis relataram à emissora catari Al Jazeera que a escala dos bombardeios parece menos intensa em comparação aos dias que antecederam o início da atual rodada de negociações.
Para eles, isso pode ser um sinal de que os mediadores estão exercendo mais pressão sobre Israel para, pelo menos, reduzir a intensidade de seus ataques aéreos em Gaza. O objetivo seria permitir que os combatentes do Hamas recuperem os corpos de prisioneiros israelenses como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo.























