Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O membro do Hamas, Husam Badran, afirmou ao canal de TV egípcio Al Qahera News que existe um consenso entre as facções palestinas em torno do Acordo de Sharm el-Sheikh. “Garanto a todos que existe um consenso nacional palestino cobrindo todas as questões que estão sendo discutidas”, afirmou.

Delegações do Hamas e da Autoridade Palestina se reuniram nesta quinta-feira (23/10) no Cairo pela primeira vez para debater segunda fase do plano de Trump para Gaza sobre  o cessar-fogo.

Segundo Badran, diretor do escritório político do Hamas, “o objetivo principal e fundamental do Acordo de Sharm el-Sheikh é parar a guerra e o massacre contra o povo palestino”.

Ele salientou que o Hamas e demais facções estão comprometidos com a estabilidade do acordo. “Todas as facções concordam com uma visão unificada para implementar o acordo de uma forma que sirva aos interesses do povo palestino”, salientou.

Ele explicou que o Acordo de Sharm el-Sheikh foi o resultado “de um amplo diálogo e comunicação entre as facções palestinas” e que “todas as declarações emitidas por elas afirmaram a unidade de sua posição e abordagem comum”.

“Estamos ansiosos para garantir que não haja absolutamente nenhuma razão para que as coisas voltem a ser como eram”, disse Badran, ao manifestar confiança “nos esforços de nossos irmãos mediadores, principalmente nossos irmãos no Egito”.

Badran também garantiu o compromisso do Hamas na execução do cessar-fogo: “estamos avançando com honestidade e seriedade, e cumpriremos tudo o que nos comprometemos.

Hamas confirma consenso de facções palestinas sobre nova etapa da trégua em Gaza
Agência Wafa

Comitê tecnocrático

O encontro nesta semana no Cairo reúne membros do Hamas, da Autoridade Palestina e de outras facções palestinas para discutir a aplicação da segunda fase do plano de paz firmado em Sharm el-Sheikh, em outubro deste ano pelo Egito, EUA, Turquia e Catar.

O acordo prevê a criação de um comitê palestino tecnocrático e apolítico responsável pela administração de Gaza durante o período de transição. Badran destacou que a gestão do território deve ser coletiva e não monopolizada: “nenhuma facção palestina sozinha pode atender às necessidades dos palestinos”, informa o jornal Egipty Today.

Ele também frisou a importância de um consenso nacional palestino na formação do comitê tecnocrático. Pela proposta, o comitê apartidário operará sob a supervisão de um “Conselho da Paz”, presidido por Trump e por outros membros e chefes de estado, entre eles, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.

Facções políticas

Outras lideranças palestinas presentes na reunião do Cairo reforçaram a concordância com  os termos do acordo, destaca Egypt Today. Jamil Mezher (Frente Popular para a Libertação da Palestina) disse que o encontro tem como objetivo “garantir a sustentabilidade do cessar-fogo e proteger os civis após dois anos de destruição e fome em Gaza”.

Ele também ressaltou o consenso palestino pela manutenção do acordo e na implementação de suas disposições restantes para avançar na reconstrução de Gaza.

Samir Al-Mashharawi (Corrente de Reforma Democrática) afirmou que o acordo de paz assinado em Sharm El-Sheikh ajudou a evitar mais assassinatos em massa em Gaza.

Ele destacou os objetivos que norteiam as negociações do Cairo: “garantir a manutenção do cessar-fogo, acelerar a reconstrução de Gaza e apoiar os mediadores na implementação do plano de paz mais amplo”. E afirmou que os diálogos, em curso, estão sendo “responsáveis ​​e construtivos”.

Fahd Suleiman (Frente Democrática) também destacou “um desenvolvimento positivo em todas as frentes” durante as discussões. Ele afirmou que a reconstrução de Gaza é “uma responsabilidade nacional coletiva e não de uma única facção”.

As reuniões continuam nos próximos dias, com atenção especial à formação do comitê administrativo, ao envio de ajuda humanitária e à coordenação dos esforços de reconstrução.