Hamas condena ‘visita teatral’ do enviado de Trump a centros de distribuição em Gaza
Grupo palestino diz que EUA querem 'enganar opinião pública' e 'polir imagem' de Israel para dar continuidade ao genocídio no enclave
O Hamas condenou neste sábado (02/08) o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, por sua visita a um dos centros de distribuição operados pela controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês). Apoiada por Israel e os Estados Unidos, a GHF é denunciada por organizações de direitos humanos por servir de “armadilha” para matar palestinos.
De acordo com o grupo palestino, a visita norte-americana é “nada mais do que uma apresentação teatral pré-arranjada destinada a enganar a opinião pública, polir a imagem da ocupação e fornecer-lhe cobertura política para administrar a fome e continuar a matança sistemática de crianças e civis desarmados de nosso povo na Faixa de Gaza”.
Witkoff foi acompanhado pelo embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, com o objetivo de, segundo a Casa Branca, relatar ao presidente Donald Trump sobre as condições na região para a aprovação de um plano norte-americano destinado à distribuição de alimentos e ajuda humanitária no enclave.
O Hamas reforçou a hipocrisia dos EUA, que retrata a distribuição de ajuda da GHF como “pacífica”. Para o grupo, o governo norte-americano é “parceiro pleno no crime de fome e genocídio que ocorre à vista de todo o mundo”.
“As declarações enganosas de Witkoff, juntamente com a transmissão de imagens de propaganda tentando retratar a distribuição de ajuda como pacífica, são contraditas pelos fatos no terreno onde ele estava, onde mais de 1.300 mártires inocentes e famintos foram baleados pelas balas do exército de ocupação e os funcionários desumanos da ‘Fundação Gaza’”, disse o movimento palestino, acrescentando que a GHF foi criada para “completar os capítulos de assassinato e genocídio”.
Desde maio, quando o sistema de distribuição de ajuda das Nações Unidas foi desmantelado, mais de de 1.373 palestinos foram assassinados enquanto buscavam suprimentos.

Enviado especial do governo norte-americano de Donald Trump, Steve Witkoff, visita centro de distribuição coordenado pela Fundação Humanitária de Gaza
X/Special Envoy Steve Witkoff
Fome em Gaza
A fome generalizada em Gaza e imagens de crianças famintas que circulam em redes sociais têm gerado uma preocupação global. Entretanto, o governo de Israel nega as alegações de que esteja usando a fome como arma de guerra para matar os palestinos.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais sete pessoas, incluindo uma criança, morreram devido à “fome e desnutrição” nas últimas horas. Com isso, subiu para 169 o número de mortes por desnutrição. Desse total, 93 são crianças.
Sobre o desastre humanitário no enclave, o Hamas também exigiu que os EUA assumam sua “responsabilidade histórica” e respectiva cobertura do crime de genocídio em Gaza. Abordou também a necessidade do avanço para um acordo de cessar-fogo que inclua a retirada integral de Israel “em vez de se alinhar com as políticas da ocupação e suas violações que envergonham a humanidade”.























