Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel nesta quarta-feira (03/04) pela paralisação nas negociações destinadas a um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de Gaza.

“A ocupação sionista continua procrastinando teimosamente e não responde às nossas justas demandas pelo fim da guerra e da agressão”, declarou a autoridade palestina, durante um discurso gravado exibido em uma reunião do Hezbollah.

Haniyeh ainda reiterou as condições do Hamas “para a paz”, que incluem um cessar-fogo permanente, a retirada total da ocupação israelense do enclave, o retorno dos deslocados, a entrada segura de ajuda humanitária, a reconstrução total do território destruído pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) e um “honroso acordo de troca de prisioneiros”.

O chefe do grupo palestino também criticou o papel “direto” que os Estados Unidos têm na guerra, afirmando que o país segue fornecendo munições e armas ao exército de Israel, o que estimula a continuidade dos ataques na região.

Em Doha, o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, admitiu que as negociações estão travadas no assunto relativo ao retorno de deslocados no território palestino. A maioria dos habitantes situados no norte do enclave foi evacuada pelo exército de Israel no início das incursões.

Segundo a agência Reuters, uma fonte anônima próxima às tratativas afirmou que Tel Aviv não quer que os palestinos em situação de deslocamento forçado retornem aos seus lares.

“O Hamas quer que o público possa voltar para o norte. Isto é importante para o Hamas, mas os israelenses estão pondo dificuldades nesse sentido. Os israelenses não querem que eles (palestinos deslocados) tenham liberdade de movimento”, afirmou a fonte que não quis se identificar.

Twitter/State of Palestine
Centro de Gaza bombardeada pelo exército de Israel

As recentes negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo avançaram pouco e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atribuiu a lentidão ao Hamas argumentando que o grupo endureceu sua posição.

Na terça-feira (02/04), o gabinete do premiê confirmou que a equipe de Israel responsável pelas tratativas retornou de outra rodada de discussões no Cairo, capital do Egito.

“No âmbito das negociações, sob mediação egípcia útil, os mediadores formularam uma proposta atualizada para o Hamas”, anunciou o governo de Netanyahu.

No entanto, a declaração caiu em contradição quando, no mesmo dia, o alto funcionário do Hamas, Bassem Naim, desmentiu dizendo que o grupo não recebeu novas propostas.

“O movimento não recebeu nenhuma proposta dos mediadores ou da ocupação (de Israel) sobre um cessar-fogo e um acordo de troca de prisioneiros”, afirmou Naim.