Hamas aceita nova proposta de cessar-fogo em Gaza, anunciam fontes palestinas
Acordo prevê trégua de 60 dias e libertação de reféns em duas etapas, antes do início de negociações que levem ao fim permanente dos ataques; aprovação foi relatada à Al Jazeera, Reuters e AFP
O Hamas aceitou nesta segunda-feira (18/08) uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentada pelo Egito e pelo Catar, os dois países que lideram os esforços para mediar um acordo entre o grupo palestino e Israel. A informação foi concedida por membro do movimento de resistência palestino à emissora catari Al Jazeera.
Outro integrante do Hamas também confirmou a aprovação à agência de notícias Reuters. Já uma fonte próxima do assunto ouvida pela agência AFP, o grupo palestino teria aceitado o novo texto sem solicitar alterações. Após diversos veículos de comunicação divulgarem a notícia, não houve comentários imediatos por parte do Hamas nem do governo israelense.
A proposta de cessar-fogo no enclave prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de reféns em duas etapas, como um acordo prévio para iniciar negociações sobre um cessar-fogo permanente, conforme uma autoridade palestina relatou à AFP.
Segundo ela, à princípio, 10 reféns vivos e “uma quantidade de corpos” seriam entregues a Israel, cuja inteligência do governo sionista estipula que há 20 vivos e 30 corpos de pessoas retidas no enclave. Os outros 10 reféns com vida e mais corpos seriam entregues em uma segunda fase do cessar-fogo. Somente na sequência, as duas partes começariam as negociações para encerrar de uma vez os ataques, sob garantias internacionais.
A possível trégua foi anunciada no âmbito do encontro entre o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, e o presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi.

Em janeiro de 2025, durante o primeiro acordo de cessar-fogo, israelenses são entregues pelo Hamas a Cruz Vermelha Internacional
RS/Fotos Públicas
Enquanto isso, nesta segunda-feira, a Anistia Internacional acusou Israel de conduzir uma campanha deliberada de fome contra os palestinos em Gaza em sua política de genocídio. Em relatório divulgado a partir de depoimentos de civis deslocados, a entidade denunciou que o regime sionista vem “destruindo sistematicamente a saúde, o bem-estar e o tecido social da vida palestina”.
A escassez extrema de alimentos e medicamentos não é um “subproduto infeliz” das operações militares de Israel, mas “o resultado pretendido de planos e políticas que Israel elaborou e implementou, ao longo dos últimos 22 meses, para infligir deliberadamente aos palestinos em Gaza condições de vida calculadas para causar sua destruição física — o que é parte integrante do genocídio em curso de Israel contra os palestinos em Gaza”, diz o documento.























