Grupos pró-Palestina convocam atos na Baixada Santista para barrar envio de aço brasileiro a Israel

Movimentos denunciam exportação à principal produtora de munições do regime sionista

Redação Opera Mundi São Paulo 3 de setembro de 2025, às 11:00

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Organizações internacionais, figuras políticas e grupos locais, como o coletivo Palestina Livre Baixada Santista e a Frente Palestina de São Paulo, mobilizam atos entre quinta (04/09) e sexta-feira (05/09), em Santos, para pressionar as autoridades brasileiras contra o embarque de um carregamento de 48 caixas de barras de aço de “duplo uso” – ou seja, que pode ter aplicações tanto civis quanto militares – com destino ao porto de Haifa, em Israel.

De acordo com o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel), que obteve a informação e fez a denúncia, o recurso está programado para partir de Santos na sexta-feira e será distribuído em dois contêineres de 28,23 toneladas cada. Acrescenta ainda que a operação envolve a exportadora brasileira Villares Metals e a importadora IMI Systems, subsidiária da gigante bélica israelense Elbit Systems, que é a principal produtora de munições do regime sionista.

O BDS detalha que os contêineres seguirão pelo navio MSC Leila (IMO 1016654) até Roterdã, na Holanda, de onde serão transportados para o ZIM America (IMO 9244934), com chegada prevista para Israel em 17 de outubro. Neste momento, a carga se encontra no Brasil Terminal Portuario S/A.

Grupos pró-Palestina convocam ato para pressionar autoridades brasileiras a suspenderem exportação de aço para Israel
X/IDF

Sob o mote “Bloqueio ao navio: Sem aço brasileiro para o genocídio palestino – rompimento já de relações com Israel”, os atos previstos nesta semana têm como objetivo barrar o envio de aço brasileiro e evitar que o material seja utilizado pelo regime sionista na fabricação de armamentos ou munições que alimentem o genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza.

Os grupos contrários à exportação argumentam que a operação viola uma série de compromissos assumidos pelo Brasil, citando declarações do governo federal favoráveis à suspensão de exportações militares a Israel, o Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT) — do qual o Brasil é signatário —, que regula a venda de material que possa ser usado em conflitos para violar direitos humanos, e decisões recentes da Corte Internacional de Justiça (CIJ).