Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A ativista climática sueca Greta Thunberg anunciou em suas redes sociais neste domingo (10/08) que participará, no final deste mês, de uma nova missão marítima da Coalização Flotilha da Liberdade com destino à Faixa de Gaza. A empreitada já havia sido mencionada pelo ativista Thiago Ávila durante sua participação na Flipei, em São Paulo.

A operação, batizada de “Global Sumud Flotilla”, pretende romper o bloqueio naval imposto por Israel desde 2007 e mobilizar ativistas de mais de 44 países. “Em 31 de agosto lançaremos a maior tentativa já feita para romper o cerco israelense ilegal a Gaza, com dezenas de barcos zarpando da Espanha”, afirmou Thunberg, em mensagem publicada no Instagram.

Ela avalia que a nova flotilha acontece em “um momento decisivo” para a mobilização global em solidariedade ao povo palestino, e apela para que movimentos sociais e cidadãos de todo o mundo participem das ações de setembro. “É hora de quebrar a cumplicidade e apoiar quem está sob cerco”, escreveu.

O ativista Thiago Ávila trouxe mais detalhes da nova missão. “Nós estamos a semanas de fazer a maior ação de solidariedade a causa palestina na história da tentativa de romper o bloqueio de Gaza. Agora, no dia 31 de agosto, nós partimos da Espanha com dezenas de barcos que vão se juntar a dezenas de barcos que sairão da Tunísia que sairão de outros lugares”, relatou Ávila.

“A gente espera sim, romper o cerco ilegal de Israel sobre Gaza e abrir o corredor humanitário. Mas a gente vai fazer essa ação concomitante à mobilizações massivas nos 44 países que a gente tem núcleos organizativos dessa missão que a agora a gente chama Global Sumud Flotilha, a flotilha da resiliência global”, destacou.

 

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A missão

No frota coordenada de dezenas de barcos que sairão da Espanha no final do mês e dos que partirão em 4 de setembro da Tunísia e de portos adicionais no Mediterrâneo, estarão ativistas humanitários, médicos e artistas, incluindo personalidades como a atriz norte-americana Susan Sarandon, o ator sueco Gustaf Skarsgård e o irlandês Liam Cunningham. De acordo com os organizadores, trata-se de uma ação “independente” sem vínculos com governos ou partidos políticos.

O objetivo continua o mesmo: levar ajuda humanitária e pressionar pela suspensão ilegal do bloqueio de ajuda humanitária por Israel. O anúncio dos ativistas ocorre dois meses após Thunberg e Ávila terem integrado a “Flotilha da Liberdade” a bordo do navio Madleen, interceptado em 8 de junho pela Marinha israelense. Em entrevista a Opera Mundi, Ávila relatou a missão e os dias de prisão ilegal pelas Forças Israelenses.

A embarcação foi desviada para o porto de Ashdod e os doze ativistas estavam a bordo do Madleen foram presos e proibidos de entrar no país por 100 anos, provocando reações internacionais. Na época, a relatora especial da ONU para os Direitos Humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, defendeu a flotilha e pediu que mais portos mediterrâneos enviassem embarcações de solidariedade a Gaza. “A jornada do Madleen pode ter acabado, mas a missão não terminou”, afirmou.

Em 26 de julho, outra embarcação da Flotilha, o navio Handala, foi interceptada e seus tripulantes sequestrados em águas internacionais. O barco pesqueiro havia saído de Siracusa, na Itália, em 13 de junho, com 21 ativistas de 12 países, incluindo parlamentares, advogados, jornalistas, sindicalistas, ambientalistas e outros ativistas dos direitos humanos.