‘Gaza é dos palestinos e a humanidade precisa frear a solução final de Trump e Netanyahu’, afirma Fepal
Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) reagiu ao anúncio do presidente dos EUA sobre projeto de limpeza étnica dos palestinos da Faixa de Gaza
Em comunicado publicado nesta quarta-feira (05/02), a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) reagiu às declarações feitas pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, sobre as intenções do seu país em “tomar o controle da Faixa de Gaza” e deslocar toda a população palestina residente no território (cerca de 2,5 milhões de pessoas), dividindo-a em grupos que seriam levados à Jordânia e ao Egito.
Em sua nota, a Fepal enfatiza, já no título que “Gaza é dos palestinos e a humanidade precisa frear a solução final de Trump e Netanyahu”.
“As declarações do novo chefe do consórcio colonial e supremacista do extermínio palestino, Donald Trump, não deveriam surpreender, por mais indecentes e criminosas que sejam. Ao lado de um sorridente e abjeto Netanyahu, Trump apenas renovou os votos e as promessas do casamento nefasto entre Estados Unidos e sua colônia médio-oriental, Israel, de dar cabo na limpeza étnica de Gaza, parte atualizada da tão sonhada solução final planejada pelos sionistas para o povo palestino desde sempre”, diz o comunicado.
O trecho inicial da nota recorda que as palavras do mandatário estadunidense foram ditas após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizada nesta terça-feira (04/02), em Washington.
Em seguida, o comunicado da Fepal afirma que “o plano de expulsão massiva de palestinos de Gaza vem no contexto de uma limpeza étnica, um crime de lesa-humanidade, anunciada pelos israelenses e estadunidenses não apenas desde o início da nova fase do Holocausto Palestino a partir de outubro de 2023, mas há mais de um século, quando sionistas já tramavam em seus congressos, nas cidades europeias, o roubo da Palestina e fantasiavam em seus devaneios racistas que os palestinos, ou os ‘árabes’, como gostam de dizer os genocidas, a população originária da terra entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão, aceitaria voluntariamente abandonar seu lar milenarmente ancestral para dar lugar aos estrangeiros europeus que planejavam colonizá-la”.
“No consórcio do extermínio de Washington, todos cumprem seu papel: o primeiro objetivo, destruir Gaza e torná-la inabitável, foi executado com maestria pelo açougueiro Biden e a claque democrata. Trump, o genocida de momento, assume a tarefa de impedir a reconstrução e manter Gaza, que Biden aniquilou, inabitável. Trump, assim, lança os dados da limpeza étnica. Ao lado de ambos, sempre o fugitivo internacional e procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e de lesa-humanidade, Benjamin Netanyahu”, acrescenta a Fepal.
A entidade ligada à comunidade palestina destaca que “é emblemático que a proposta de Trump, em ato falho ou confissão de culpa, sugira que cerca de 1,7 milhão de palestinos devem ‘deixar’ Gaza. O número corresponde aos 73% da demografia do enclave palestino que já possui status de refugiada da Nakba, a limpeza étnica da Palestina realizada pelos sionistas entre 1947 e 1951”.
No mesmo parágrafo, a nota questiona: “se a população palestina em Gaza era de 2,3 milhões de pessoas em outubro de 2023 e pelas contas de Trump cerca de 500 mil palestinos ‘desapareceram’, seria essa, então, a cifra atualizada de palestinos assassinados por Israel e Estados Unidos no Holocausto em Gaza?”.
Segundo a Fepal, “se impedir a reconstrução de Gaza e mantê-la inabitável é o plano de Trump, só há uma reação possível para o resto do mundo: reconstruir Gaza, garantir a entrada de ajuda humanitária emergencial e continuada, respaldar o povo palestino e seu direito inalienável à autodeterminação e soberania de suas terras, este o único que pode liderar a reconstrução e a governança de Gaza, bem como da integralidade dos territórios palestinos, com base nos termos do acordo de reconciliação e unidade nacional firmado em Pequim, ainda em 2024, por todas as forças palestinas. Com apoio da ONU, das demais organizações internacionais multilaterais e de todos os países que não tomaram parte no Holocausto Palestino”.
“A experiência palestina e o que será feito com Gaza é um prenúncio para o resto da humanidade. Se os gangsters de Washington e Tel Aviv conseguirem realizar os sórdidos delírios sionistas e efetivamente expulsarem a população palestina, tomarem de assalto Gaza e o que ainda resta da Palestina, as portas do inferno estarão abertas” analisa o comunicado.
No trecho final, a Fepal ressalta que “os palestinos não abandonarão Gaza, como tem sido regra desde a Nakba, quando o povo palestino acreditou que poderia retornar tão logo os enfrentamentos bélicos terminassem. Depois disso o povo palestino não foi mais enganado”.
“Acreditamos que a Comunidade Internacional não aceitará esta obscenidade dos degenerados Trump e Netanyahu. Mais ainda, rogamos que os países árabes sob extorsão para tomarem parte deste arranjo macabro, notadamente Egito e Jordânia, jamais o aceitem e, em último caso, se preparem para um grande enfrentamento existencial, pois depois dos palestinos, serão os próximos nos planos do ‘grande Israel’”, conclui a nota.

Fundação Perseu Abramo
Em comunicado, Fepal ressaltou que ‘os palestinos não abandonarão Gaza’
Leia a nota da Fepal na íntegra:
Gaza é dos palestinos e a humanidade precisa frear a solução final de Trump e Netanyahu
Nota pública da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)
As declarações do novo chefe do consórcio colonial e supremacista do extermínio palestino, Donald Trump, prometendo varrer todos os palestinos de Gaza e tomar de assalto esta parte da Palestina para construir uma “Riviera no Oriente Médio” não deveriam surpreender, por mais indecentes e criminosas que sejam. Ao lado de um sorridente e abjeto Netanyahu, Trump apenas renovou os votos e as promessas do casamento nefasto entre EUA e sua colônia médio-oriental, “israel”, de dar cabo na limpeza étnica de Gaza, parte atualizada da tão sonhada solução final planejada pelos sionistas para o povo palestino desde sempre.
O plano de expulsão massiva de palestinos de Gaza divulgado ontem (4), em cena macabra na Casa Branca, vem no contexto de uma limpeza étnica, um crime de lesa-humanidade, anunciada pelos “israelenses” e estadunidenses não apenas desde o início da nova fase do Holocausto Palestino a partir de outubro de 2023, mas há mais de um século, quando sionistas já tramavam em seus congressos, nas cidades europeias, o roubo da Palestina e fantasiavam em seus devaneios racistas que os palestinos, ou os “árabes”, como gostam de dizer os genocidas, a população originária da terra entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão, aceitaria voluntariamente abandonar seu lar milenarmente ancestral para dar lugar aos estrangeiros europeus que planejavam colonizá-la.
No consórcio do extermínio de Washington, todos cumprem seu papel: o primeiro objetivo, destruir Gaza e torná-la inabitável, foi executado com maestria pelo açougueiro Biden e a claque democrata. Trump, o genocida de momento, assume a tarefa de impedir a reconstrução e manter Gaza, que Biden aniquilou, inabitável. Trump, assim, lança os dados da limpeza étnica. Ao lado de ambos, sempre o fugitivo internacional e procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e de lesa-humanidade, Benjamin Netanyahu.
É emblemático que a “proposta” de Trump, em ato falho ou confissão de culpa, sugira que cerca de 1,7 milhão de palestinos devem “deixar” Gaza. O número corresponde aos 73% da demografia do enclave palestino que já possui status de refugiada da Nakba, a limpeza étnica da Palestina realizada pelos sionistas entre 1947 e 1951. E deixa uma pergunta no ar: se a população palestina em Gaza era de 2,3 milhões de pessoas em outubro de 2023 e pelas contas de Trump cerca de 500 mil palestinos “desapareceram”, seria essa, então, a cifra atualizada de palestinos assassinados por “israel” e EUA no Holocausto em Gaza?
Se impedir a reconstrução de Gaza e mantê-la inabitável é o plano de Trump, só há uma reação possível para o resto do mundo: reconstruir Gaza, garantir a entrada de ajuda humanitária emergencial e continuada, respaldar o povo palestino e seu direito inalienável à autodeterminação e soberania de suas terras, este o único que pode liderar a reconstrução e a governança de Gaza, bem como da integralidade dos territórios palestinos, com base nos termos do acordo de reconciliação e unidade nacional firmado em Pequim, ainda em 2024, por todas as forças palestinas. Com apoio da ONU, das demais organizações internacionais multilaterais e de todos os países que não tomaram parte no Holocausto Palestino.
Por fim, a experiência palestina e o que será feito com Gaza é um prenúncio para o resto da humanidade. Se os gangsters de Washington e Tel Aviv conseguirem realizar os sórdidos delírios sionistas e efetivamente expulsarem a população palestina, tomarem de assalto Gaza e o que ainda resta da Palestina, as portas do inferno estarão abertas.
Quais motivos teria Trump, ou qualquer assassino que o suceda, para respeitar a soberania de outros países se o mundo permanecer inerte diante de mais este crime contra a humanidade e frente ao êxito destes facínoras estadunidenses e “israelenses” na apropriação de Gaza? Países como o Brasil e o resto do Sul Global, os mais ricos em recursos naturais do planeta, vão permitir que se estabeleça o precedente e esperar até serem os próximos alvos, ou vão frear os delírios coloniais de Trump e seus sócios no Holocausto Palestino?
É bom que se saiba: os palestinos não abandonarão Gaza, como tem sido regra desde a Nakba, quando o povo palestino acreditou que poderia retornar tão logo os enfrentamentos bélicos terminassem. Depois disso o povo palestino não foi mais enganado.
Por fim, acreditamos que a Comunidade Internacional não aceitará esta obscenidade dos degenerados Trump e Netanyahu. Mais ainda, rogamos que os países árabes sob extorsão para tomarem parte deste arranjo macabro, notadamente Egito e Jordânia, jamais o aceitem e, em último caso, se preparem para um grande enfrentamento existencial, pois depois dos palestinos, serão os próximos nos planos do “grande ‘israel’”.























