Fundo norueguês para de investir em empresa norte-americana por apoio ao genocídio em Gaza

O banco central norueguês informou na segunda-feira (25/08) que decidiu excluir a Caterpillar do fundo soberano da Noruega, avaliado em US$ 2 trilhões. “Devido ao risco inaceitável de que a empresa esteja contribuindo para violações graves dos direitos individuais em situações de guerra e conflito”. A informação é da emissora catari Al Jazeera.

Em nota, o conselho de ética declarou que “escavadeiras fabricadas pela Caterpillar estão sendo utilizadas pelas autoridades israelenses para promover a destruição ilegal e generalizada de propriedades palestinas”.

“Não há dúvidas de que os produtos da Caterpillar estão sendo usados para cometer violações extensas e sistemáticas do direito internacional humanitário”, afirmou o conselho. Acrescentou ainda que a Caterpillar “não implementou medidas para evitar esse tipo de uso” por parte das autoridades de Tel Aviv.

Antes do desinvestimento, o fundo detinha uma participação de 1,17% na Caterpillar, avaliada em US$ 2,1 bilhões em 30 de junho, de acordo com dados do próprio fundo.

Seguindo recomendação de seu conselho de ética, o fundo também comunicou que havia vendido as participações em cinco bancos israelenses, sendo: Hapoalim, Bank Leumi, Mizrahi Tefahot Bank, First International Bank of Israel e FIBI Holdings. As participações nos bancos israelenses totalizavam US$ 661 milhões.

As forças de defesa de Israel utilizam do Caterpillar D-9 na ocupação ilegal em Gaza e na Cisjordânia
By Lior34 – Israel’s Military and security Forum of Fresh

“Ao fornecer serviços financeiros que são pré-requisito necessário para a construção em assentamentos israelenses na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, contribuíram para a manutenção desses assentamentos, que foram estabelecidos em violação ao direito internacional, e sua existência contínua constitui uma violação permanente do direito internacional”, declarou o conselho.

Caterpillar, Hapoalim, First International Bank of Israel e Bank Leumi não responderam imediatamente aos pedidos de comentário enviados por e-mail pela agência britânica Reuters.

O fundo havia anunciado em 18 de agosto que se desfaria de seis empresas como parte de uma revisão ética em andamento relacionada à guerra em Gaza e à situação na Cisjordânia ocupada, mas recusou-se, na ocasião, a identificar tais empresas até que todas as participações fossem liquidadas.

O fundo norueguês investe em aproximadamente 8.400 empresas em todo o mundo.