Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O número de crianças que sofrem de desnutrição aguda na Faixa de Gaza atingiu 12 mil em julho, de acordo com uma denúncia realizada pelo Fundo das Nações para a Infância (Unicef) nesta segunda-feira (11/08). O órgão classificou como “o pior índice mensal já registrado”.

Em uma publicação na plataforma X, o escritório do Unicef no Oriente Médio e Norte da África destacou a necessidade de uma resposta “urgente e em larga escala”, ao detalhar que, em fevereiro, 2 mil crianças sofriam de desnutrição aguda. Quatro meses depois, em junho, o número já saltava para 6 mil.

“Agora [julho] quase dobrou novamente. É uma evidência clara de que a desnutrição está se acelerando rapidamente, colocando vidas jovens em sério risco”, alertou o Unicef, exigindo que a ajuda humanitária chegue ao enclave “com urgência às crianças, antes que se percam outras vidas”.

Segundo a agência da ONU, os 12 mil casos registrados neste mês conferem a crianças com desnutrição aguda, e não do tipo grave, ou seja, os menores sofrem de uma forma mais severa do quadro, com maiores riscos de complicações e óbitos.

“Sabemos como prevenir e tratar a desnutrição. As ferramentas existem. Os especialistas existem. Mas sem um acesso seguro e contínuo, tudo isso é inútil. As crianças de Gaza precisam de acesso urgente a ajuda em larga escala e de um cessar-fogo. Agora!”, disse.

Crianças em situação de desnutrição aguda em Gaza chegam a 12 mil
X/Phelippe Lazzarine

No domingo (10/08), o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Ramesh Rajasingham, relatou que “as mortes ligadas à fome em Gaza estão aumentando, principalmente entre crianças afetadas por desnutrição”.

Os cenários descritos pelas agências da ONU desmentem as recentes declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, no mesmo domingo, negou as mortes por fome no território palestino.

“Os únicos que estão deliberadamente morrendo de fome são os nossos reféns”, afirmou o premiê durante a coletiva de imprensa que visava detalhar o plano de ocupação da Cidade de Gaza.

Vale lembrar que Israel apenas autorizou o lançamento de ajuda humanitária por meio de aviões por alguns países após a repercussão global de imagens de crianças palestinas famintas em redes sociais e pressão da comunidade internacional. Entretanto, os comboios terrestres seguem sendo controlados pelo regime sionista.

(*) Com Ansa