Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Itamaraty condenou na noite de quarta-feira (01/10) a interceptação da Flotilha Global Sumud (GSF) por Israel, expressando “preocupação com a presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares”. A frota humanitária pretendia romper o bloqueio marítimo imposto por Israel sobre a Faixa de Gaza.

“O governo brasileiro deplora a ação militar israelense, que viola direitos e coloca em risco a integridade física de manifestantes em uma ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, afirmou a nota oficial.

O Itamaraty também reforçou o pedido para que todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza sejam removidas. A embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando assistência consular.

Até o momento, o navio Mikeno é o único, entre as 44 embarcações, que não foi interceptado. De acordo com a assessoria da GSF, não é possível confirmar se “ele segue navegando ou se foi parado por Israel”. A entidade confirmou estar “sem comunicação” com os ativistas, devido ao bloqueio de sinal imposto pelo Exército israelense como forma de guerra psicológica.

A assessoria do Global Movement to Gaza Brasil informou a Opera Mundi que, segundo divulgações israelenses, “eles seriam levados possivelmente para Ketziot pelo porto de Ashdod”.

 

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Brasileiros são interceptados

João Aguiar, coordenador da delegação brasileira da flotilha e do Núcleo Palestina do PT, relatou em exclusiva a Opera Mundi que a marinha israelense estava cercando as embarcações e “passando com alta velocidade para formar ondas e parando vários barcos”.

Acabamos de tomar um jato de água muito forte nas costas, estamos todos molhados e tremendo de frio”, declarou. Seu barco, o Mikeno, já estava a 60 milhas náuticas (111 km) de Gaza.

Entre os ativistas detidos estão os brasileiros Thiago Ávila, membro e organizador da flotilha; Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo PSOL; Luizianne Lins, deputada federal pelo PT; Gabi Tolotti, presidente do PSOL-RS; Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro; Bruno Gilga, trabalhador da USP e ativista da CSP-Conlutas; Lisiane Proença, comunicadora popular; Magno Costa, diretor do SINTUSP; Ariadne Telles, advogada popular e militante da luta pela terra na Amazônia; Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica; Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo; e Lucas Gusmão, ativista internacionalista.