Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Após uma série de adiamentos devido a condições meteorológicas adversas e ofensivas israelenses, o primeiro navio da Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês) zarpou neste sábado (13/09) do porto de Bizerta, no norte da Tunísia, em direção à Faixa de Gaza. Segundo a emissora catari Al Jazeera, os navios restantes se reunirão no Mediterrâneo e depois seguirão para o enclave.

A flotilha inclui cerca de 50 navios, e conta com a participação de mais de 800 ativistas de 44 países, incluindo uma delegação brasileira. Nas embarcações, estão a ambientalista sueca Greta Thunberg, o ativista brasileiro Thiago Ávila, assim como políticos brasileiros, italianos e de outros países europeus.

Ao longo dos últimos meses, Israel interceptou barcos humanitários com destino a Gaza, prendeu e deportou seus tripulantes. Com o mundo de olho na missão humanitária, trata-se da primeira vez que uma flotilha com tantas embarcações consegue partir rumo ao enclave, resistindo às agressões coordenadas pelo regime sionista. A missão chegou a ser alvo de drones em diversas ocasiões.

O objetivo da GSF é quebrar o cerco imposto por Israel à Faixa de Gaza, onde a fome disseminada ameaça 100% da população, em meio à evacuação em massa da Cidade de Gaza, principal centro urbano do território. Segundo as estimativas das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) neste sábado, mais de 250 mil pessoas já deixaram o município nas últimas semanas.

Primeiro navio da Flotilha Global Sumud sai da Tunísia e parte rumo à Faixa de Gaza com ajuda humanitária
Wikimedia Commons/Alpha bakemono

Atos em solidariedade à Flotilha

À Al Jazeera, o ativista brasileiro que integra a missão humanitária, Bruno Rocha, disse que atualmente estão ocorrendo “algumas das maiores manifestações de solidariedade ao povo palestino de todos os tempos” no Brasil. Como informado por Opera Mundi no dia anterior, ao menos 13 cidades brasileiras convocaram atos em apoio à GSF.

“Esse é o apoio que temos orgulho de carregar como uma delegação intimamente ligada à diáspora palestina no Brasil”, disse Rocha. “Ativistas de dezenas de países estão aqui, trazendo e levando ajuda humanitária, pois somos uma missão humanitária não violenta, mas também trazendo e levando esta mensagem de apoio aos povos oprimidos do mundo, de que não somos cúmplices de quem não está fazendo nada, ou, na verdade, alguns deles apoiando este genocídio.”

Os atos acontecem pelo mundo todo. De acordo com o portal The Palestine Chronicles, neste sábado, milhares de pessoas se reuniram em Auckland, na Nova Zelândia, em solidariedade à missão humanitária. A população pró-Palestina exigiu o fim do genocídio de Israel e campanha deliberada de fome contra Gaza.

Segundo o portal, os manifestantes agitavam bandeiras palestinas e carregavam faixas denunciando a morte de civis, ao mesmo tempo em que instavam seu governo a impor sanções a Israel.

Em Berlim, na Alemanha, mais de 12 mil pessoas firmaram presença em um comício sob o slogan “Pare o genocídio em Gaza”. À Al Jazeera, Sarah Wagenknecht, membro do Parlamento alemão que lidera a populista Aliança Sahra Wagenknecht e co-organizadora do protesto, confirmou um discurso por vídeo de Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd e proeminente apoiador do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDF).

Segundo o veículo catari, manifestantes alemães carregavam bandeiras palestinas, algumas com a pomba da paz, sob os gritos de “Palestina livre”. Os participantes também seguravam cartazes exigindo negociações para um cessar-fogo em vez de entregas de armas.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram indianos formando uma corrente humana em Nova Délhi, em solidariedade à Flotilha e em protesto contra as relações entre o governo local e Israel.