Flotilha rumo a Gaza denuncia sobrevoos de drones sem identificação
Missão humanitária rechaça acusação de que ativistas a bordo são 'terroristas'
Durante a noite de terça-feira (02/09), vários drones foram vistos pairando sobre as Flotilhas humanitárias, cuja origem ainda não foi confirmada. Segundo a assessoria Global Movement to Gaza, foi confirmado ser de vigilância e não ofensivo.
“Ontem à noite, nosso barco ‘Familia’ foi abordado por vários drones, provavelmente uma combinação de intimidação psicológica e coleta de informações. Tivemos que ativar todos os protocolos de segurança, mas agora está tudo bem e é dia”, explicou o organizador internacional da flotilha, Thiago Ávila, através de um comunicado em vídeo.
O ativista também relembra que a população palestina vive sob os veículos aéreo não tripulado (VANT) israelenses: “E embora ver drones de origem desconhecida voando sobre nossas cabeças seja certamente perturbador e os protocolos de segurança sejam ativados, é importante ressaltar que, em Gaza, os palestinos vivem sob drones israelenses armados, pairando sobre eles 24 horas por dia, 7 dias por semana”.
Apesar de não ter identificação da origem, Ávila alerta para o lobby por trás dos VANT. “E também é importante perguntar: quem exatamente está pagando por esses drones? E por que nossa missão humanitária é tão intimidante a ponto de eles sentirem a necessidade de fazer isso?”. E concluiu com o grito de “Palestina Livre”.
Ver essa foto no Instagram
Ministro israelense chama ativistas de terroristas
A Global Sumud Flotilla rechaçou as falas do ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, que chamou os ativistas da missão pacífica e humanitária a Gaza de “terroristas” e ameaçou prendê-los em condições desumanas.
“Como Saif Abukeshek, membro da equipe organizadora, destacou: ‘Israel classifica todos os palestinos como terroristas, independentemente de viverem um dia ou 100 anos. Essa política é usada para justificar os crimes que eles querem cometer.’ As ameaças do Estado israelense contrastam com as inúmeras demonstrações de solidariedade à flotilha e à causa do povo palestino”, informou o comunicado de imprensa da Flotilha.
Ben-Gvir apresentou o plano em uma discussão no domingo (31/08), segundo o jornal de Tel Aviv, Haaretz, para discutir medidas para impedir que a flotilha chegasse ao território palestino, que enfrenta uma ocupação ilegal pelo governo sionista. Participaram da reunião o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores Gideon Saar e o ministro de Assuntos Estratégicos Ron Dermer.
Por sugestão de Ben-Gvir, todos os voluntários levados enquanto tentam levar comida e ajuda para Gaza serão mantidos nas prisões israelenses de Ketziot e Damon, que são usadas para manter “terroristas” sob condições rigorosas normalmente reservadas a prisioneiros de segurança.
“Não permitiremos que indivíduos que apoiam o terrorismo vivam confortavelmente. Eles enfrentarão todas as consequências de suas ações”, disse Ben-Gvir, condenado por incitação ao terrorismo em 2007.























