Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os brasileiros detidos por Israel após a interceptação da flotilha Global Sumud foram deportados para a Jordânia na manhã desta terça-feira (07/10).

“Eles foram transferidos por via terrestre da prisão de Ktzi’ot até a fronteira com a Jordânia. As autoridades consulares brasileiras estão prestando a devida assistência”, informou a assessoria da organização.

A deportação ocorreu por volta das 6h, horário de Brasília (12h, no horário local), segundo comunicado da organização. Segundo os organizadores da Flotilha, por conta da greve de fome de quatro ativistas, eles vão receber tratamento de saúde na Jordânia.

Nesta segunda-feira (06/10), o presidente Lula afirmou que Israel violou as leis internacionais ao interceptar os integrantes da Flotilha Global Sumud com cidadãos brasileiros, fora de seu mar territorial. “E segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu país”, disse Lula, nas redes sociais.

A flotilha humanitária levava alimentos, água potável e suprimentos médicos ao povo palestino em Gaza. No dia 2 de outubro, parte do grupo foi interceptada por forças navais israelenses.

13 brasileiros reunidos na Jordânia, após serem libertados da prisão em Israel
Crédito: Divulgação / Global Sumud Flotilla.

Para as pessoas livres do mundo

Na segunda-feira (06/10) o ativista brasileiro e organizador da flotilha, Thiago Ávila, enviou uma carta a sua família, que foi publicada no Instagram, relatando os cinco dias em que estava preso ilegalmente em Ktzi’ot, no meio do deserto de Negev, na “Palestina ocupada”.

“Estamos aqui há cinco dias, desde que a Marinha israelense interceptou nossa missão humanitária não violenta de solidariedade, que tinha como objetivo romper o cerco ilegal à Gaza e criar um corredor humanitário para acabar com a fome e pressionar para que o genocídio acabasse”, começou o ativista.

Ávila informou que sofreu “muitas violações” após a interceptação nas águas internacionais. “Muitos de nós fomos agredidos fisicamente, ameaçados com cães, privados de sono, sob a mira de lasers e espingardas”. O brasileiro também relatou que sofreram “abusos psicológicos”, como ficar em “posições dolorosas”, foram “levados para ônibus adaptados como prisões com o aquecimento ligado, criando uma câmera de calor”, além das “inúmeras ameaças”.

Como organizador da missão, ele declarou que seu relato não é apenas uma reclamação e sim “para que todo mundo saiba que, seles fazem isso com trabalhadores humanitários, imagine o que fazem com palestinos”. Ainda reiterou que, “atualmente, há mais de 10 mil palestinos nas masmorras israelenses, 400 deles são crianças”.

Thiago Ávila fez um apelo: “CONVOCO TODOS VOCÊS A SE REVOLTAREM. Revoltem-se agora, mas não por nós. Levantem-se em solidariedade a um povo que vem sofrendo oito décadas de genocídio e limpeza étnica, que se estruturou sob um estado colonial de apartheid e que é governado não por uma religião, mas por uma ideologia racista e supremacista chamada sionismo“.