Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em nota pública divulgada em seu site na última quinta-feira (25/07), a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) comemorou a “decisão histórica” do governo brasileiro em se retirar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).

A decisão, afirma a entidade, “é a correta rejeição do Brasil à tentativa inculta de profanar a história das vítimas do nazismo na Europa – e não na Palestina! – para ‘legitimar’ o empilhar de cadáveres palestinos nesta que é a maior orgia genocidária da história humana, em curso há 658 dias, o Holocausto Palestino”.

A Fepal ressalta que o Brasil ingressou como membro-observador da IHRA em 2021, durante o governo Bolsonaro, agora réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que a definição da entidade, adotada em 26 de maio de 2016, “apresenta um novo conceito de ‘antissemitismo’, sobrepondo e distorcendo antijudaísmo e antissionismo, com o objetivo de blindar ‘israel’ de críticas, legitimar as políticas racistas, supremacistas, genocidas, coloniais e de apartheid sionistas contra o povo palestino”.

“E, não menos importante, perseguir e criminalizar aqueles que ousam denunciar o Holocausto Palestino – inclusive os de fé religiosa e cultura judaica”, complementa.

Fepal celebra saída do Brasil da Aliança para Memória do Holocausto e adesão brasileira ao processo contra Israel na CIJ
Nações Unidas

‘Mordaça Sionista’

No texto, a Fepal critica a imposição da definição em estados e municípios brasileiros do PL 472/25, apresentado pelo deputado Eduardo Pazuello. “Trata-se do infame PL da Mordaça Sionista”, classifica.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) pediu o arquivamento imediato do PL por introduzir “conceitos distorcidos de antissemitismo e, por consequência, de crime de racismo, oriundos exclusivamente de instituição estrangeira” para “instrumentalizar o antissemitismo para perseguir e condenar quem se manifesta contrário à política do Estado de Israel”, destaca o texto.

A entidade destaca que pela definição da IHRA, seriam considerados ‘antissemitas’ e criminalizados entidades como a Anistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras, Human Rights Watch, Cruz Vermelha, além de autoridades como o presidente Lula, o Papa Francisco, o Papa Leão XIV, o secretário-geral da ONU e demais diretores das Nações Unidas, o falecido Nelson Mandela, os juízes da Corte Internacional de Justiça, incluindo “todo o contingente de judeus e israelenses que denunciam a matança de palestinos”.

O objetivo do PL é “sequestrar a legitimidade do holocausto euro-judeu para impor uma ditadura global de silenciamento, perseguição contra as pessoas que têm a decência de denunciar os crimes de ‘israel’ contra o povo palestino no Holocausto Palestino”, denuncia a Fepal

Por fim, a Federação celebra a decisão do governo brasileiro e também sua adesão à ação movida pela África do Sul contra Israel por genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). E cobra o governo brasileiro: “resta apenas um passo civilizatório final, pois passou da hora de o Brasil romper com ‘israel'”.

Leia a íntegra da nota da Fepal