Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Parlamento de Israel, o Knesset, votou nesta segunda-feira (19/02) contra a remoção do deputado Ofer Cassif, da coalizão Hadash, liderada pelo Partido Comunista, após uma moção pelo seu impeachment motivada pelo apoio do parlamentar israelense à denúncia da África do Sul contra Tel Aviv no Tribunal Penal Internacional (TPI) por genocídio na Faixa de Gaza. 

A votação obteve apenas 85 dos 90 votos a favor necessários para a expulsão de Cassif do Parlamento. Além disso, 11 parlamentares se opuseram à moção e 24 estavam ausentes, totalizando os 120 assentos do Parlamento.

Como um dos únicos deputados israelenses contrários à ofensiva em Gaza, Cassif comemorou a decisão por meio das redes sociais: “a voz contra a guerra, contra a carnificina de civis inocentes, pela libertação imediata dos reféns, pela paz e pela justiça não será silenciada – a minha voz não será silenciada!”. 

“Embora esteja feliz que a moção para me expulsar tenha falhado, estou chocado que 85 membros do Knesset tenham votado a favor de um impeachment ilegal”, declarou o parlamentar, afirmando que o movimento “mostra o estado horrível e frágil das instituições” do governo de Israel “que afirma ser a única democracia no Oriente Médio”. 

Apesar de contar com 85 votos a favor de um total de 120, moção não alcançou os 90 necessários para cassar mandato de Ofer Cassif; político comemorou decisão, mas criticou 'fragilidade' das instituições democráticas

The Knesset/Twitter

Ofer Cassif é um dos únicos deputados israelenses contrários à ofensiva em Gaza

Apelos pela expulsão de Cassif

Antes da votação, o deputado que solicitou a moção, Oded Forer, do partido Yisrael Beitenu, chegou a apelar ao Parlamento, afirmando que “ninguém se sentará no Knesset para agir contra” os soldados de Israel, e provocou Aharon Barak, ex-juiz da Suprema Corte do país, que questionou a defesa de Israel caso fosse indiciado no TPI.

“Barak disse em seu parecer em Haia que, se a ação [apresentada pela África do Sul] fosse aceita, o Estado de Israel não teria condições de se defender. O que estamos fazendo agora [referindo-se à votação contra Cassif] é defender o Estado de Israel”, declarou.

O presidente do Comitê da Câmara, Ofir Katz, do partido Likud, também discursou contra Cassif, afirmando que “cada minuto em que atua no Knesset de Israel é uma vergonha para o parlamento e para o Estado de Israel”. 

Katz ainda declarou que o parlamentar é um “apoiador do terrorismo, que elogia os terroristas e dá legitimidade para ferir os soldados israelenses,  além de minar a legitimidade do Estado de Israel”. 

Por sua vez Cassif defendeu-se afirmando que seu suposto apoio ao grupo palestino Hamas é uma “mentira descarada que não poderia estar mais longe da verdade”. 

“Por trás da mentira na qual se baseia o pedido de demissão, há uma clara intenção maliciosa: perseguição política e silenciamento de qualquer voz crítica, e particularmente a dos cidadãos árabes e seus representantes no Knesset, com o objetivo de excluí-los completamente do discurso público e parlamentar”, declarou o deputado.