Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (18/08) em Istambul, Turquia, o Tribunal de Gaza pediu à comunidade internacional que autorizasse uma intervenção armada com o apoio da ONU para interromper o genocídio israelense contra o povo palestino.

O jurista americano e ex-relator especial da ONU sobre direitos humanos na Palestina, Richard Falk, instou os governos a contornarem o bloqueio do Conselho de Segurança — onde os Estados Unidos usam seu poder de veto em favor de Israel — e a recorrerem diretamente à Assembleia Geral. Ele explicou que existem mecanismos legais para isso, como a resolução “Unidos pela Paz”, de 1950, e o princípio da “Responsabilidade de Proteger”, adotado em 2005.

Falk afirmou que o mundo está testemunhando, em tempo real, um genocídio que lembra a indiferença demonstrada diante dos crimes mais atrozes do século XX, e alertou que a falta de ação imediata representaria “um fracasso histórico da humanidade”.

Além disso, criticou a cumplicidade das democracias ocidentais, alegando que “a pressão dos cidadãos deveria se traduzir em embargos de armas, sanções e ações de solidariedade internacional, comparáveis à campanha que ajudou a derrubar o apartheid na África do Sul”.

O jurista denunciou a tentativa de silenciar vozes críticas por meio de sanções contra relatores de direitos humanos e do assassinato de jornalistas, incluindo Anas al-Sharif e funcionários da emissora catari Al Jazeera, em 10 de agosto. “Parte do trabalho do Tribunal de Gaza é fortalecer o papel da verdade diante desses crimes”, disse ele.

A declaração de emergência do Tribunal, intitulada “Hora de Agir”, será apresentada à Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro. O órgão também planeja uma audiência final em Istambul em outubro, onde emitirá um veredito moral com base nos depoimentos coletados desde sua fundação, em 2024.

O Tribunal de Gaza, composto por acadêmicos, juristas e defensores dos direitos humanos, já realizou sessões em Londres e Sarajevo, onde acusou formalmente Israel de genocídio, crimes de guerra e apartheid.

A guerra de Israel em Gaza matou pelo menos 62.064 pessoas e feriu 156.573 palestinos.