Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O ex-comandante do Exército de Israel, Herzi Halevi, declarou que mais de 200 mil palestinos foram mortos ou feridos no genocídio em curso na Faixa de Gaza, e que “nem uma vez” durante os 17 meses de agressões lideradas pelas Forças de Defesa israelenses (IDF, na sigla em inglês), assessores jurídicos restringiram as ações militares no enclave.

A informação foi dada pelo próprio general aposentado, que comandou as IDF desde o início do massacre televisionado até a sua renúncia em março deste ano, aos moradores de Ein HaBesor, no sul de Israel, e foi gravada e publicada pelo jornal Ynet

“Esta não é uma guerra suave. Tiramos as luvas desde o primeiro minuto. Infelizmente, não antes”, disse o ex-comandante, afirmando que Tel Aviv deveria ter agido “com mais força” em Gaza antes do ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023. 

A estimativa de Halevi, que cobre cerca de 10% dos 2,2 milhões de habitantes do enclave, condiz com os dados de vítimas fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, que lista quase 65 mil palestinos mortos e quase 164 mil feridos, embora milhares permaneçam desaparecidos sob os escombros. Grupos humanitários internacionais consideram as estatísticas atualizadas pela pasta amplamente confiáveis, confrontando as repetidas alegações israelenses de que elas são manipuladas pelo Hamas.

Ex-comandante do Exército de Israel, Herzi Halevi, confessa que assessores jurídicos nunca impediram o genocídio na Faixa de Gaza
IDF Spokesperson’s Unit photographer

Halevi insistiu que o Exército israelense respeita a lei humanitária internacional, mas que o aconselhamento jurídico nunca barrou suas ações.

“Nem uma vez ninguém me restringiu. Nem uma vez. Não o AG militar [advogado-geral Yifat Tomer-Yerushalmi] que, a propósito, não tem autoridade para me restringir”, disse ele. “Há consultores jurídicos que dizem: ‘saberemos como defender isso legalmente no mundo’, e isso é muito importante para o Estado de Israel”.

Vários relatórios oficiais e até grupos de direitos humanos sediados em Israel declararam que o governo de Benjamin Netanyahu comete um genocídio contra aqueles que residem em Gaza. Segundo especialistas em direito internacional e no Holocausto ouvidos pelo portal Middle East Eye. as ações do regime sionista no território palestino atendem ao limite legal para o genocídio.

Vale lembrar que Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, são alvos de mandados de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por cometimento de crimes de guerra e contra a humanidade ao longo do genocídio em Gaza.