Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A estudante do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Isabela Reis, denunciou que há perseguição política contra professores e alunos do programa de pós-graduação San Tiago Dantas, em especial aqueles que se posicionam em defesa da Palestina.

“Os professores Reinaldo Nasser e Bruno Huberman foram chamados para depor pela polícia”, mencionou a aluna, em vídeo publicado pela Sputnik News na segunda-feira (14/04). Os dois docentes são proeminentes na condenação ao genocídio cometido por Israel contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza. 

Em seu relato, Reis afirmou que a perseguição teve início no ano passado, quando um grupo de pesquisa focado em conflitos internacionais, incluindo as questões no Oriente Médio, foi alvo de uma acusação de antissemitismo.

Ainda segundo a aluna, os ataques estão direcionados ao programa San Tiago Dantas e pelo seu posicionamento de denunciante ao genocídio em curso na Palestina. Ela também mencionou a Fundação São Paulo (Fundasp), ao afirmar que a mantenedora da PUC-SP “tem se alinhado com o sionismo há um tempo”.

“A gente vê atualmente uma perseguição internacional. Lá na [Universidade de] Columbia, os professores e a reitoria estão sofrendo uma perseguição. Os estudantes estão sofrendo perseguição por se posicionarem e aqui a gente vê uma realidade não muito diferente”, afirmou.

O programa San Tiago Dantas de pós-graduação em Relações Internacionais, é uma parceria público-privada que já dura 23 anos, e “viabiliza a formação de mestres e doutores em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp)”.

Divulgação/Mobilização Acadêmica PUC-SP
Estudantes da PUC-SP se reúnem na faculdade em protesto contra perseguição política ao programa de pós-graduação do curso de Relações Internacionais

Desligamento de matrículas

No início de abril, a Carta Capital publicou uma reportagem revelando que estudantes de mestrado e de doutorado no curso de RI da PUC-SP, ligados ao San Tiago Dantas, tiveram suas matrículas desligadas na universidade. A matéria também contou que os docentes envolvidos no programa foram notificados sobre a redução da carga horária e dos salários referentes aos cursos de pós-graduação que constavam no mesmo.

Em uma postagem nas redes sociais, o Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais (GECI) da instituição afirmou que o curso de RI é “perseguido por posicionamento pró-Palestina”, além de ser “umas das vozes mais criticas a Israel”.

 

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Uma publicação compartilhada por GECI PUC-SP (@gecipuc)

Na publicação, o GECI também apontou a falta de respostas da mantenedora da PUC-SP com a situação dos pós-graduandos que tiveram suas matrículas desligadas e também com denúncias de islamofobia na universidade.

Posteriormente, procurada por Opera Mundi, a Fundasp afirmou que “todos os estudantes veteranos do programa San Tiago Dantas têm direito garantido ao curso”.

“A PUC-SP possui uma graduação robusta em Relações Internacionais e um programa de Mestrado bem-sucedido. A Mantenedora aguarda que os docentes do curso trabalhem para apresentar um projeto de doutorado na Universidade e na Capes”, afirmou a assessoria da entidade.

(*) Com Sputnik News e Carta Capital