Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A historiadora e escritora israelense Fania Oz-Salzberger, filha do renomado escritor Amós Oz, publicou um forte apelo aos soldados israelenses, regulares e reservistas, para que não sirvam na Faixa de Gaza. A mensagem, divulgada na plataforma X, nesta quarta-feira (23/07), ganhou forte reação nas redes sociais.

“Soldados, regulares e da reserva, pais de soldados, avós de soldados, não há outro jeito: recusar-se a servir em Gaza. Recusar, recusar, recusar. Os sequestrados e suas infelizes famílias foram traídos pelo governo israelense”, afirmou a escritora.

Ela destacou que “a fome em massa em Gaza é um fato horrível e decisivo” e que “os assassinatos diários em centros de distribuição de alimentos não são legítima defesa, mas um crime de guerra chocante”.

O direito internacional está do nosso lado há muito tempo. Soldados estão sacrificando suas jovens vidas em vão, e pior que em vão: por um propósito prejudicial e destrutivo”, apontou. Ela também afirmou: “o público moderado no mundo e os últimos amigos de Israel estão se distanciando de nós horrorizados. Não porque sejam antissemitas, mas porque são seres humanos“.

Segundo a historiadora, “a direita messiânica está nos arrastando em sua loucura para o completo isolamento no mundo, na crença absoluta de que existe um Deus e que Ele é para o nosso bem. Recusar, recusar, recusar.”

Dois Estados

Ao responder a enxurrada de comentários, a escritora reiterou que os muitos soldados “ainda agem com dignidade, contenção e coragem. E ainda assim, lamentavelmente, estão sendo usados como peões”. Ela também afirmou saber, “em primeira mão, o quão desgastados e divididos estão os jovens soldados“.

Fania Oz-Salzberger, filha do renomado escritor Amós Oz, pede a soldados israelenses que se recusem a servir em Gaza
Reprodução X / @faniaoz

Em 1° novembro de 2023, um mês após o início dos bombardeios de Israel em Gaza, Oz-Salzberger fixou uma mensagem em seu perfil, sintetizando sua posição sobre os ataques. Nela, ela afirma que continua na esquerda israelense, acreditando ser necessário chegar a um acordo sobre a definição de fronteiras com a Autoridade Palestina, enquanto se aguarda uma solução de dois Estados”.

Ela também pede: “a evacuação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia. A defesa de Israel com poder e sabedoria, dentro de seu território soberano reconhecido pelo direito internacional. A luta pela igualdade de direitos para cidadãos judeus e árabes, o investimento na justiça social e o estabelecimento de uma social-democracia liberal, moderada e baseada em valores”, em Israel.

Na mensagem, ela também alerta: “os céticos serão respeitados, os trolls serão bloqueados”.