Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, desembarcou em Israel nesta quinta-feira (31/07), onde tem agenda marcada com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, às 14h (horário local).

Segundo o site israelense Ynet, ele deverá visitar a Faixa de Gaza; em particular, os locais de distribuição de ajuda  humanitária administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), controlada por Israel e pelos EUA.

Witkoff chega em meio à morte de 34 palestinos nesta manhã (31/07). Entre as vítimas, estão ao menos 15 pessoas que buscavam ajuda humanitária. Nas últimas 24 horas, os ataques israelenses ceifaram a vida de 111 palestinos, 91 em busca de alimentos, e deixaram mais de 800 feridos.

Witkoff tem atuado nas negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas, interrompidas após a retirada das delegações dos EUA e de Israel das conversas em Doha. É a segunda sua segunda viagem a Gaza este ano, em janeiro, ele visitou o Corredor Netzarim.

Witkoff em jantar oferecido pela Casa Branca a Netanyahu
Daniel Torok / White House

Apelos

Em vídeo publicado pelo Ministério de Saúde de Gaza, a enfermeira Elidadlis Burgos, voluntária no Hospital Nasser, pediu ao enviado especial dos EUA que visite o hospital e testemunhe em primeira mão o efeito que o bloqueio de ajuda de Israel sobre a população palestina.

“Dê uma olhada com seus próprios olhos. Terei prazer em levá-lo pelos corredores aqui e mostrar o tipo de paciente que estamos tratando (…) Depois que você vê, não consegue mais deixar de ver e se você tem um coração, se você é um ser humano com um coração, você ficará com o coração partido”, afirmou.

O apelo de Burgos se soma à mensagem de Dahlia, funcionária da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA). “Em Gaza, a fome não é mais uma sombra; é uma companheira constante. Todas as manhãs, acordo com a mesma pergunta: Será que encontrarei pão para alimentar meus filhos hoje?”, afirmou.

“Um pedacinho de pão se torna um tesouro. Uma colherada de arroz é um motivo para sorrir. Meus filhos pedem comida, mas o silêncio que se segue é mais alto que qualquer bomba”, disse.

O número de mortos em Gaza desde o início dos ataques de Israel ultrapassa 60 mil. 154 foram mortos pelo uso da fome como arma de guerra por Israel.