Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os Emirados Árabes Unidos alertaram Israel que qualquer anexação da Cisjordânia ocupada configura uma violação inaceitável que afeta os Acordos de Abraão — responsáveis por normalizar as relações entre ambos os países.

“Desde o início, vimos os Acordos como uma forma de permitir nosso apoio contínuo ao povo palestino e sua aspiração legítima por um estado independente. Essa era a nossa posição em 2020 e continua sendo a nossa posição hoje”, afirmou Lana Nusseibeh, autoridade do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, à agência de notícias britânica Reuters.

As Forças de Ocupação Israelenses (IOF) intensificaram as destruições de casas nesta quarta-feira (03/09) na cidade palestina de al-Khader, na Cisjordânia ocupada. Segundo o Palestine Today, soldados dispararam gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para impedir que os moradores se aproximassem do local da demolição. Não houve relatos de feridos.

Ahmad Salah, chefe do conselho municipal de al-Khader, disse que a área está “sob séria ameaça”, com cerca de 30 casas palestinas enfrentando ordens de demolição ou paralisação de obras, apesar de ser a única área da cidade disponível para expansão urbana.

O exército de Israel também lançou granadas sobre três escolas usadas para abrigar os deslocados no bairro de Sheikh Radwan, causando incêndios em tendas, segundo a agência britânica. Separadamente, uma unidade das forças especiais israelenses invadiu o campo de refugiados de Balata, a leste de Nablus.

“A ocupação destruiu casas, queimou barracas, e drones emitiram mensagens de áudio ordenando que as pessoas deixassem a área. Se a tomada da Cidade de Gaza não for interrompida, poderemos morrer, e não vamos perdoar ninguém que fique parado assistindo sem fazer nada para impedir nossa morte”, disse Zakeya Sami, morador de 60 anos.

Dados da Comissão de Colonização e Resistência ao Muro mostram que, somente em agosto, as autoridades israelenses realizaram 57 demolições que afetaram 125 estruturas palestinas. Entre elas, 39 casas habitadas, 52 instalações agrícolas e 20 fontes de sustento.

Pelo menos 44 pessoas, incluindo mais pessoas em busca de ajuda, foram mortas em ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer

Pelo menos 44 pessoas, incluindo mais pessoas em busca de ajuda, foram mortas em ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer
WAFA

Ataques intensificam durante ocupação

Pelo menos 44 palestinos, incluindo 33 na Cidade de Gaza, foram mortos no enclave desde as primeiras horas desta manhã (03/09), disseram fontes médicas dos hospitais à emissora catari Al Jazeera.

O Ministério da Saúde do enclave afirmou que, apesar de os hospitais estarem sobrecarregados, receberam dezenas de vítimas. Uma ambulância e outra fonte de emergência relataram que quatro palestinos foram mortos e muitos ficaram feridos em um ataque israelense a uma casa no bairro de Sheikh Radwan, ao norte da Cidade de Gaza.

Desde o início da guerra, em outubro de 2023, pelo menos 63.746 pessoas foram mortas e 161.245 ficaram feridas na Palestina.

Cessar-fogo

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, anunciou na terça-feira (02/09) que os mediadores ainda não receberam uma resposta formal de Israel sobre a última proposta de cessar-fogo em Gaza.

Em 18 de agosto, o grupo de resistência palestino Hamas confirmou sua concordância com o plano de trégua intermediado pelo Egito e pelo Catar.

al-Ansari alertou que os planos ilegais de ocupação colocam todos em risco, incluindo os reféns, e tornam os esforços de paz inviáveis: “a situação é clara para a comunidade internacional. Uma posição unificada é necessária para deter Israel”.