Embarcação da Flotilha da Liberdade é interceptada pela Marinha israelense
Handala zarpou de Siracusa, no último dia 13, com objetivo de quebrar o bloqueio israelense e entregar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza
A Marinha israelense interceptou o barco Handala, da Coalização Flotilha da Liberdade, na noite deste sábado (26/07). O barco pesqueiro havia partido de Siracusa, na Itália, no último dia 13, com o objetivo de quebrar o bloqueio ilegal israelense e entregar ajuda humanitária à população civil de Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a interceptação. “O navio está indo com segurança para a costa de Israel” e “todos os passageiros estão seguros”, disse em comunicado.
A Flotilha da Liberdade divulgou em suas redes sociais um vídeo minutos antes da chegada dos soldados na embarcação. A Al Jazeera o transcreveu. Nele, Huwaida Arraf, ativista e advogada palestina-americana, afirma aos soldados que o Handala é uma embarcação civil.
“Qualquer bloqueio que deliberadamente deixe uma população civil faminta é uma violação ao direito internacional”, apontou. “Não é só isso – é um crime de guerra. Vocês não têm autoridade legal para impor um bloqueio ilegal. Portanto, exigimos que vocês se afastem”, complementou a ativista.
Ela também acusou as forças de Israel de “exterminarem ativamente” o povo palestino. “Vocês não apenas desconsideraram essa obrigação, mas estão exterminando ativamente o povo. Vocês projetaram uma fome. Estão deliberadamente matando civis e crianças de fome diante dos olhos do mundo”, frisou.
A advogada ainda argumentou que o Handala não constitui nenhuma ameaça. “Transportamos apenas ajuda humanitária e, portanto, vocês não têm autoridade para interceptar ou atacar a nossa embarcação. Exigimos novamente que vocês se afastem”, reiterou.

Handala, embarcação da Flotilha, é interceptado pela Marinha israelense neste sábado (26/07)
Reprodução / @GazaFreedomFlotilla
Tripulação estava ‘preparada’
Adam Shapiro, marido da ativista, contou à Al Jazeera que conversou com a esposa horas antes da interceptação. “Ela teve que sair da linha muito rapidamente para começar a fazer os preparativos”, disse.
“A última vez que vi, como o resto de vocês, foram os soldados subirem a bordo”, afirmou. Ele também apontou que a tripulação do Handala estava “preparada” e “determinada” para a interceptação. “São pessoas que estão realizando essa ação não apenas para enviar uma mensagem, mas para usar a indignação pública para forçar nossos governos a agirem”, complementou.
O esforço do Handala ocorre pouco mais de um mês após as tropas israelenses apreenderem ilegalmente o navio anterior da Flotilha, o Madleen, e sequestrarem seus 12 voluntários e civis desarmados em águas internacionais, no dia 9 de junho. Entre os passageiros do Madleen estavam figuras proeminentes como a ativista climática sueca Greta Thunberg, o ativista brasileiro Thiago Ávila e a deputada francesa do Parlamento Europeu, Rima Hassan.























