Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Cerca de três mil pessoas se reuniram nesta quinta-feira (02/10), em frente à Embaixada de Israel em Lisboa, no centro da capital portuguesa, para protestar contra a ação das forças militares de Israel que resultou no sequestro de dezenas de embarcações pertencentes à Flotilha da Liberdade, que tentava levar ajuda humanitária aos palestinos que sofrem com o genocídio cometido na Faixa de Gaza.

O ato foi convocado pelo Movimento de Solidariedade com a Palestina, e teve seu início por volta das 18h, hora local, embora tenha sido reforçado por uma grande quantidade de pessoas que passaram a se manifestar espontaneamente já na noite de quarta-feira (01/10), quando foi noticiado o ataque israelense a navios da Flotilha, e que também realizaram pequenos protestos durante o dia.

Entre os manifestantes estavam alguns políticos conhecidos em Portugal, como a eurodeputada Catarina Martins, ex-candidata a primeira-ministra pelo partido Bloco de Esquerda e atual representante do Parlamento da União Europeia.

Segundo a parlamentar, “essas milhares de pessoas que estão nas ruas aqui em Lisboa, imagino que milhões em todo o mundo, estão exigindo que os países cumpram a sua obrigação de ajudar a Flotilha a quebrar o cerco (de Israel), e o de parar com esse genocídio (em Gaza)”.

A coordenadora da sede portuguesa da Anistia Internacional, Ana Teresa Santos, foi uma das que discursou durante o ato. Ela disse que, além da libertação dos ativistas sequestrados no dia anterior, a mobilização também exigiu que “Israel deve levantar o bloqueio sufocante, que dura mais de 18 anos, e permitir que a ajuda humanitária seja entregue em todas as passagens, em toda a Faixa de Gaza, imediatamente”.

Durante a manifestação, um dos gritos mais escutados, cantado em coro pelos participantes, foi “greve geral em todo Portugal”, em alusão a uma possível paralisação nacional em favor da causa palestina.

Outro grito entoado diversas vezes dizia “Israel é um estado assassino, e viva a luta do povo palestino”.

Também participaram do ato representantes de diversas organizações sociais, sindicais e estudantis, incluindo o Movimento Vida Justa e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF).

Durante a noite, na hora local, a manifestação se deixou as imediações da Embaixada de Israel e rumou em direção à praça Marques de Pombal, também no centro de Lisboa.

Manifestantes protestam contra ações de Israel no Centro de Lisboa
Stefani Costa

Reação governamental

Enquanto os manifestantes protestavam contra Israel no centro de Lisboa, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, classificou o ato como “panfletário” e “irresponsável”.

“Manifestamente, constato uma iniciativa panfletária, que considero irresponsável, em direção a um território ocupado por uma organização terrorista, responsável por um ataque que vitimou mais de 1,2 mil pessoas em Israel”, disse Melo.

A declaração foi feita a jornalistas, durante uma ação para apoiar a campanha dos candidatos do seu partido, o CDS (direita tradicional), para as eleições municipais, que ocorrerão no país no próximo dia 12 de outubro.