Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A cantora Dua Lipa demitiu seu representante europeu, David Levy, após uma discussão sobre a apresentação do grupo pró-Palestina Kneecap no festival Glastonbury, de acordo com informações do Daily Mail publicadas neste domingo (21/09). A banda Massive Attack também rompeu relações com Levy devido ao seu suposto apoio às ações israelenses em território palestino.

Segundo uma fonte ouvida pelo The Mail on Sunday, a cantora estava determinada a não permitir que Levy continuasse trabalhando com ela, pois suas posições não alinhavam com seu apoio declarado à causa palestina. “Ela o vê como um apoiador da guerra de Israel em Gaza e do tratamento terrível dado aos palestinos, e isso ficou bem claro na carta que ele assinou e enviou a Michael Eavis”, explicou a fonte.

O agente responsável por Dua Lipa na Europa havia assinado uma carta pedindo ao fundador do evento musical, Michael Eavis, que banisse os rappers, acusando-os de incitar antissemitismo e apoiar o Hezbollah. Apesar do protesto, o Kneecap se apresentou no Glastonbury.

Nascida em Kosovo, a cantora já havia se manifestado anteriormente a favor da Palestina e condenado os ataques israelenses ao território. Em maio de 2024, ela condenou o que classificou como “genocídio israelense” em Gaza em uma publicação no Instagram, além de ter se unido a outros artistas para protestar contra a “cumplicidade do Reino Unido em Gaza”.

Kneecap apoia Palestina em show

Em junho deste ano, o grupo irlandês gritou “Palestina Livre” durante a apresentação no Festival de Glastonbury, desafiando o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, que havia declarado não considerar “apropriada” a participação da banda.

Dua Lipa demite representante por apoiar carta contra banda pró-Palestina

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@dualipa @kneecap32 / Instagram

“O primeiro-ministro do seu país, não do meu, disse que não queria que tocássemos, então f***-se Keir Starmer”, declarou o integrante Liam O’Hanna, cujo nome artístico é Mo Chara, ao subir ao palco usando seu característico keffiyeh palestino. “Essa situação pode ser bastante estressante, mas é mínima comparada ao que o povo palestino está enfrentando”, acrescentou.

Mo Chara foi acusado de um crime de “terrorismo” no Reino Unido por agitar uma bandeira do grupo libanês Hezbollah em um show em novembro de 2024 em Londres.

Artistas protestam contra genocídio em Gaza

Mais de 400 artistas e gravadoras ao redor do mundo anunciaram adesão ao boicote cultural “No Music For Genocide” (Nenhuma Música para o Genocídio). A iniciativa visa retirar suas músicas das plataformas de streaming israelenses em protesto contra o conflito em curso em Gaza. Nomes como Massive Attack, Kneecap, Primal Scream e Rina Sawayama estão entre os apoiadores da campanha.

Os organizadores afirmaram que o boicote cultural é “apenas o começo” de um movimento mais amplo para responsabilizar Israel por crimes contra a humanidade. A campanha pressiona distribuidoras globais como Sony, Universal Music Group e Warner Music a seguirem o exemplo, lembrando que essas empresas restringiram rapidamente seus catálogos na Rússia após o início da guerra na Ucrânia.

O estádio de Wembley, em Londres, reuniu na última quarta-feira (17/09) mais de 70 artistas em um show beneficente em apoio aos palestinos, com o objetivo de arrecadar fundos para as vítimas do conflito em Gaza.