Diplomata acusa Israel de 'desumanizar palestinos' e colocar Oriente Médio em risco
Proposta de cessar-fogo de 60 dias dos EUA segue sem avanços; Hamas alerta que 'teimosia israelense' pode inviabilizar futuras negociações parciais
O funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, disse em uma conferência realizada nesta quarta-feira (22/07) que “o governo israelense não vê os palestinos como seres humanos” e que o comportamento imprudente de Israel, não apenas em Gaza, mas também com seus ataques ao Líbano, Síria, Iêmen e Irã, colocou em risco a segurança no Oriente Médio.
Al-Ansari também ressaltou o desejo de iniciar as negociações do cessar-fogo. “Se não houver mudança na diretriz israelense de não fechar um acordo e sabotar quaisquer negociações, se não houver pressão séria da comunidade internacional, particularmente dos Estados Unidos, os parâmetros das negociações não mudarão”, continuou ele.
O diplomata afirmou que o governo do seu país tenta pressionar usando o impulso criado por outra mediação, comparando a situação atual com o fim dos combates de Israel com o Irã. “Queremos garantir que esse impulso nos ajude a chegar a um acordo entre ambos os lados e, com sorte, nos levar a um fim deste capítulo terrível na história da nossa região”, acrescentou.
Cessar-fogo
Israel e o Hamas estão discutindo uma proposta dos Estados Unidos para uma trégua de 60 dias, na qual o grupo de resistência palestino libertaria mais uma leva dos prisioneiros israelenses que mantém em Gaza, enquanto Israel libertaria prisioneiros palestinos e permitiria a entrada de ajuda humanitária. Durante esse período, também seria negociado o fim permanente da guerra.

População palestina que não realiza evacuação forçada é assassinada pelas Forças Armadas Israelenses
RS/Fotos Públicas
O governo de Israel rejeitou nesta segunda-feira (21/07) a declaração conjunta assinada por um grupo de 25 países, incluindo a União Europeia, exigindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A gestão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou que o apelo internacional “não concentrou sua pressão sobre o Hamas”.
“Israel refuta a declaração porque ela está desconectada da realidade e envia uma mensagem errada ao Hamas”, quem, de acordo com Tel Aviv, “começou esta guerra e a está prolongando”.
Através de uma mensagem de vídeo na última sexta-feira (18/07), a primeira desde março, as Brigadas Al-Qassam, braço armado do movimento, acusaram Tel Aviv de rejeitar diversas propostas que libertariam todos os reféns de uma só vez.
“O Hamas sempre propôs um acordo abrangente que incluísse a libertação de todos os reféns de uma só vez. Se o inimigo permanecer teimoso nesta rodada, não poderemos garantir o retorno às propostas de acordo parcial, incluindo a oferta de troca de 10 reféns”, declarou Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam.























