Sábado, 27 de dezembro de 2025
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Atualizada às 12h50.

Após pressão do Consulado de Israel no Brasil, a Câmara Municipal de São Paulo cancelou a realização do “Seminário sobre a situação da Palestina e o Partido dos Trabalhadores”, que iria acontecer na noite da última terça-feira (25/06).

O evento estava marcado para às 19h na Sala Oscar Pedroso Horta, onde também seria lançado o Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores (PT), a fim de intensificar as atividades pela luta palestina dentro do partido.

No entanto, no final da tarde, a vereadora Luna Zarattini (PT), responsável pela reserva da sala para a iniciativa, foi comunicada sobre a suspensão do seminário por meio de um comunicado enviado pelo presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil).

Ao receber o ofício, Zarattini denunciou o ato da Câmara em suas redes sociais, classificando a suspensão do seminário como censura.

Campanha ‘Free Palestina’

“Absurdo! Por que censurar um debate sobre uma questão humanitária urgente e de importância mundial? Precisamos debater os caminhos para o cessar-fogo imediato, em busca da paz e pelo fim de qualquer genocídio”, escreveu a vereadora.

Zarattini ainda afirmou que a Câmara Municipal, “que se diz a casa do povo”, deveria ser um espaço democrático, mas promove censura sobre a questão palestina.

saopaulo.sp.leg.br
Vereadora Luna Zarattini disse que Câmara de SP promove censura sobre a questão palestina

O comunicado enviado por Leite informava a suspensão do seminário “considerando as preocupações expressas pelo Consulado Geral de Israel em São Paulo”.

Além disso, apresentava o objetivo de “garantir uma análise detalhada dos aspectos relacionados ao evento, assegurando que todas as atividades promovidas na Casa estejam alinhadas aos princípios de respeito, diplomacia e segurança pública”.

O documento foi finalizado ao informar que a realização do evento deve ser impedida “até que a análise e a averiguação estejam completas”.

Por sua vez, o Consulado de Israel divulgou, também na terça-feira, uma nota contra o material de divulgação do evento, que incluía um logo com o território sob ocupação israelense em vermelho e com a inscrição do PT, e um pombo branco carregando uma bandeira palestina.

Para a representação israelense no Brasil, o material apresenta um “teor fortemente antissemita”. O texto ainda afirma que o desenho “sugere o fim do Estado de Israel, em uma clara expressão contra a autodeterminação do povo judeu”.

Material de divulgação do Núcleo Palestina

(*) Com Revista Fórum