Com desafios logísticos, Hamas devolve mais dois corpos de reféns para Israel
Troca acontece após Netanyahu voltar a violar cessar-fogo, matando mais de 100 civis; grupo palestino relata dificuldade na recuperação de restos mortais em áreas destruídas por Tel Aviv
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram nesta quinta-feira (30/10) que o grupo palestino Hamas devolveu os restos mortais de mais dois prisioneiros israelenses, com base nas cláusulas da primeira fase do acordo de cessar-fogo. De acordo com os militares de Tel Aviv, os caixões foram entregues por membros do movimento aos agentes da Cruz Vermelha na região central da Faixa de Gaza.
Após a confirmação das identidades, ainda faltarão os restos mortais de 11 israelenses por parte do Hamas. O movimento palestino já devolveu até agora 15 corpos que estavam em Gaza.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, o Hamas afirmou que ainda enfrenta desafios logísticos e operacionais em relação à recuperação dos corpos, especificamente em áreas que foram afetadas pelo bombardeio israelense.
“O Hamas tem pedido a entrada de escavadeiras pesadas e máquinas para facilitar o processo de recuperação de corpos. Mas no terreno, Israel ainda está acusando o Hamas de procrastinar deliberadamente a liberação dos corpos”, relatou o veículo..
A troca de hoje foi a primeira desde a recente operação em larga escala realizada pelo regime sionista no enclave, que resultou na morte de mais de 100 pessoas. Tratou-se da mais letal de todas as violações por parte de Israel desde a implementação do acordo, em 10 de outubro.

As Forças de Defesa de Israel informaram que o grupo palestino Hamas devolveu os restos mortais de mais dois prisioneiros israelenses
IRNA/Fotos Públicas
Ataques em Gaza
Durante a noite de terça-feira (28/10), ao menos 100 palestinos foram mortos, incluindo 35 crianças, e mais de 200 ficaram feridos em uma série de ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza. De acordo com as equipes da Defesa Civil de Gaza, os ataques atingiram as regiões norte e sul do enclave.
Após os bombardeios, o Exército de Israel anunciou que “retomou a aplicação do cessar-fogo”. A decisão de ordenar a operação ocorreu após relatos de um confronto entre combatentes palestinos, inicialmente associados ao Hamas, e tropas israelenses no extremo sul, em Rafah. O governo israelense emitiu uma nota afirmando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia instruído as tropas “a realizar imediatamente ataques poderosos na Faixa de Gaza”.
O Hamas, por sua vez, negou envolvimento com o tiroteio e reforçou compromisso com o cessar-fogo. Segundo o movimento, “o ataque criminoso do exército de ocupação em várias áreas de Gaza constitui uma grave violação do acordo de cessar-fogo assinado em Sharm el-Sheikh sob os auspícios do presidente dos EUA, Trump […] O ataque é uma continuação de uma série de violações nos últimos dias”.
O grupo pediu aos mediadores do cessar-fogo “que tomem medidas imediatas para pressionar” Israel a interromper seu ataque e “obrigá-lo a cumprir” todas as disposições do acordo.
(*) Com Ansa























