Com brasileiros, Flotilha da Liberdade prepara nova embarcação humanitária a Gaza
Missão tem objetivo de romper bloqueio ilegal israelense e abrir um corredor humanitário; previsão de chegada é 13 de setembro
Considerada uma das maiores missões de solidariedade internacional já organizadas, a Flotilha da Liberdade vai reunir ativistas, médicos, jornalistas e defensores de direitos humanos de mais de 44 países em uma nova embarcação rumo à Faixa de Gaza.
Brasileiros participam da próxima missão humanitária em solidariedade ao povo palestino e para romper o cerco ilegal imposto por Israel. São mais de 20 ativistas do Brasil integrando a missão global, vindos de diferentes trajetórias sociais, acadêmicas, políticas e culturais.
Ao menos 15 se preparam para embarcar, incluindo Thiago Ávila, organizador internacional da missão e veterano de expedições humanitárias no Mediterrâneo, como a do navio Madleen; Bruno Rocha, do Sindicato dos Trabalhadores da USP e também porta-voz da delegação brasileira; João Aguiar, do Movimento Global para Gaza e do Núcleo Palestina do PT de São Paulo; Mohamad El Kadri, coordenador do Fórum Latino Palestino, Mariana Conti, vereadora em Campinas (PSOL/SP); e Victor Peixoto, conhecido como Mansur Peixoto comunicador popular, são alguns dos que integram esta flotilha.
As embarcações partem de portos do Mar Mediterrâneo com chegada prevista ao enclave em 13 de setembro. A primeira saída será neste domingo (31/08) de Barcelona, na Espanha. Outras serão na quinta-feira (04/09) de Túnis, na Tunísia, e locais que ainda não foram divulgados.
A iniciativa busca abrir um corredor humanitário e denunciar o bloqueio ilegal imposto por Israel, além do genocídio perpetrado nos últimos 21 meses.
Fora do Brasil, há uma rede de apoio à embarcação. Na Europa, especificamente em Portugal, a economista e integrante do partido Bloco de Esquerda Mariana Mortágua integra a missão. A Opera Mundi ela falou sobre a Flotilha, afirmando que o objetivo é romper o bloqueio e levar ajuda aos palestinos que estão sofrendo com a fome.
“O principal objetivo da Flotilha Humanitária é romper o bloqueio à ajuda humanitária imposto por Israel. Levar ajuda à população que vive sob cerco é um imperativo moral e ético. Esta missão pacífica junta centenas de pessoas, de dezenas de países, também como uma forma de pressionar os Estados a agir, denunciar o genocídio em curso e prestar solidariedade e apoio à causa palestiniana”, disse.

Thiago Ávila estará presente novamente na missão para quebrar o cerco de Israel em Gaza
Global Sumund Flotilla / @freedomflotillabr Instagram
De acordo com a Flotilha Brasil, a missão tem garantias legais baseadas em medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça, que proíbem o bloqueio de entrada de ajuda humanitária a Gaza; resoluções do Conselho de Segurança da ONU, as quais garantem o acesso; e leis marítimas internacionais, que proíbem a interceptação de embarcações humanitárias em águas internacionais.
O anúncio dos ativistas ocorre dois meses após Greta Thunberg e Thiago Ávila terem integrado a flotilha a bordo do navio Madleen, interceptado em 8 de junho pela Marinha israelense. Em entrevista a Opera Mundi, Ávila relatou a missão e os dias de prisão ilegal pelas Forças Israelenses.
A embarcação foi desviada para o porto de Ashdod e os ativistas a bordo do Madleen foram presos e proibidos de entrar no país por 100 anos, provocando reações internacionais. Na época, a relatora especial da ONU para os Direitos Humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, defendeu a flotilha e pediu que mais portos mediterrâneos enviassem embarcações de solidariedade a Gaza. “A jornada do Madleen pode ter acabado, mas a missão não terminou”, afirmou.
Em 26 de julho, outra embarcação da Flotilha, o navio Handala, foi interceptada e seus tripulantes sequestrados em águas internacionais. O barco pesqueiro havia saído de Siracusa, na Itália, em 13 de junho, com 21 ativistas de 12 países, incluindo parlamentares, advogados, jornalistas, sindicalistas, ambientalistas e outros ativistas dos direitos humanos.
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(*) Com Esquerda Diário e colaboração de Stefani Costa.























