Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O cessar-fogo em Gaza, violado por uma sucessão de ataques israelenses neste domingo (19/10), volta a ser debatido durante encontros do Hamas com mediadores no Cairo, e a chegada dos representantes dos Estados Unidos em Israel, nesta segunda-feira (20/10).

Os encontros ocorrem em meio a bombardeios israelenses em várias regiões de Gaza no domingo. Israel alegou que seus soldados foram atacados por combatentes do Hamas, o que foi desmentido pelo grupo de resistência palestino.

De acordo com autoridades locais, ao menos 47 corpos e 74 feridos foram levados para os hospitais em Gaza, nas últimas 24 horas, informa a agência Wafa. Desde a trégua firmada em 10 de outubro, autoridades de Gaza contabilizam ao menos 97 palestinos mortos e 230 feridos.

No Cairo, a delegação do Hamas deve se encontrar com os mediadores da trégua do Egito e do Catar.  Segundo a agência AFP, a equipe é chefiada por Khalil al-Hayya e deve abordar com os mediadores “as dezenas de ataques aéreos que mataram dezenas na Faixa de Gaza” no domingo.

O grupo também participará de uma rodada de conversas sobre o diálogo intra-palestino promovido pelo governo egípcio, com o objetivo de “unificar as facções palestinas”, informa a Al Jazeera.

Desde a trégua firmada em 10 de outubro, autoridades de Gaza contabilizam ao menos 97 palestinos mortos e 230 feridos. 
Agência Wafa

Kushner e Witkoff em Israel

Em Israel, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e o assessor presidencial Jared Kushner desembarcaram para reuniões com o governo de Benjamin Netanyahu. Ambos são responsáveis por supervisionar o plano de cessar-fogo mediado por Washington.

À CBS News, neste domingo (19/10), Kushner, genro de Trump e seu emissário para o Oriente Médio, disse que “a maior mensagem que tentamos transmitir à liderança israelense é que, agora que a guerra acabou, se você quiser integrar Israel ao Oriente Médio mais amplo, você precisa encontrar uma maneira de ajudar o povo palestino a prosperar e fazer melhor”.

Ele acrescentou que o Hamas vem “procurando honrar o acordo” em vigor. “Pelo que vimos pelo que está sendo transmitido a nós pelos mediadores, eles estão até agora [agindo de boa fé]. Isso pode quebrar a qualquer minuto, mas agora – nós os vimos procurando honrar seu acordo”.

Steve Witkoff, por sua vez, afirmou à CBS News, que a reconstrução da Faixa de Gaza poderia custar cerca de US$ 50 bilhões. “Pode ser um pouco menos; pode ser um pouco mais. Não é muito dinheiro naquela região”, apontou. A ONU estima o valor em US $ 70 bilhões.

Bruxelas

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia também se reúnem em Luxemburgo nesta segunda-feira (20/10) para discutir medidas diante da situação em Gaza, incluindo possíveis sanções a autoridades israelenses, informa a Al Jazeera.

A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, declarou que “a situação mudou considerando os desenvolvimentos da semana passada”, mas confirmou que “essas medidas estão sobre a mesa. A questão é o que os ministros das Relações Exteriores decidem fazer com eles”.

O chanceler francês Jean-Noel Barrot defendeu a abertura imediata de todas as passagens fronteiriças para a entrada de ajuda humanitária e cobrou o cumprimento rigoroso do cessar-fogo. “Todas as passagens para Gaza precisam ser abertas para permitir a entrada de ajuda”, afirmou.

Já o ministro irlandês Simon Harris enfatizou que “é importante que o cessar-fogo seja mantido”, pedindo que “a passagem de Rafah seja aberta como uma prioridade absoluta”. Segundo Harris, “precisamos ver um aumento na quantidade de ajuda que entra em Gaza”, após semanas de bloqueios e restrições impostas por Israel.