Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os funerais das seis pessoas mortas em ataques israelenses que tinham como alvo líderes do Hamas em Doha começaram nesta quinta-feira (11/09), na capital do Catar. A cerimônia contou com a presença do emir Tamim bin Hamad Al Thani e aconteceu sob rígido esquema de segurança. O primeiro-ministro do Catar afirmou que o chefe do governo israelense deve ser julgado.

Imagens transmitidas pela emissora de televisão estatal mostraram um caixão coberto com a bandeira do Catar e outros cinco com as cores da Palestina, dispostos na mesquita Sheikh Mohammed bin Abdul Wahab, um dos principais locais religiosos de Doha. O emir Tamim bin Hamad Al Thani participou das orações fúnebres ao lado de dezenas de homens vestidos com trajes tradicionais catarianos, além de civis e membros das forças de segurança.

O Ministério do Interior havia anunciado pela manhã que a cerimônia incluiria a oração fúnebre para os “mártires do ataque israelense”, entre eles o cabo Badr Saad Mohammed Al-Humaidi Al-Dosari, integrante das forças de segurança interna (Lekhwiya). O sepultamento foi realizado no cemitério de Mesaimeer. As autoridades reforçaram a segurança nos arredores da mesquita, com a instalação de diversos pontos de controle.

As seis pessoas foram mortas na terça-feira (09/09), vítimas de um ataque aéreo sem precedentes em território do Catar — aliado estratégico dos Estados Unidos. A ofensiva, lançada por Israel, atingiu um complexo residencial onde estariam líderes do movimento palestino Hamas.

Segundo o Hamas, seus principais dirigentes sobreviveram à ofensiva. Entre os mortos estão o filho do principal negociador do grupo, Khalil al-Hayya, o chefe de gabinete de Hayya, três seguranças e um policial catari. Fontes do Hamas afirmaram que seis líderes do movimento, entre eles Khalil al-Hayya, Khaled Mechaal (ex-líder do grupo) e Zaher Jabarine (responsável pelo movimento na Cisjordânia), estavam no edifício no momento do ataque.

Os funerais das seis pessoas mortas em ataques israelenses que tinham como alvo líderes do Hamas em Doha começaram nesta quinta-feira (11/09), na capital do Catar
Qatar TV/Print

Benjamin Netanyahu ‘dever ser julgado’

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, afirmou na quarta-feira (10/09) que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, deveria ser levado à Justiça, e que o ataque contra líderes do Hamas em Doha acabou com “toda esperança” de libertar os reféns em Gaza.

“Ele deve ser julgado”, afirmou o primeiro-ministro catari sobre Netanyahu, em declarações ao canal americano CNN. O chefe do governo do Catar, país mediador-chave nas negociações por uma trégua em Gaza e na libertação dos reféns no território palestino, disse que está “reavaliando tudo” em relação ao seu papel em futuras conversas sobre um cessar-fogo.

Al Thani criticou Netanyahu depois que o premiê advertiu que “o Catar e todas as nações que abrigam terroristas devem expulsá-los ou levá-los à Justiça. Porque, se não o fizerem, nós o faremos”.

O ataque israelense em Doha também provocou uma reação imediata do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, grande aliado de Israel. “Não estou muito contente”, disse o chefe da Casa Branca.

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, solicitada pelo Catar e que deveria ter ocorrido quarta-feira, foi adiada para esta quinta-feira (11/09).