Calabrese pede 'ação mais decidida' do Brasil por libertação de ativistas e contra o genocídio
Militante gravou vídeo após desembarcar no aeroporto de Milão relatando maus tratos; ele é o primeiro membro da delegação brasileira deportado por Israel
Ao chegar no aeroporto de Milão, na Itália, após ser sequestrado da Flotilha Global Sumud (GSF) e deportado por Israel, o professor de Educação Física, militante do PSOL e educador popular da Rede Emancipa, Nicolas Calabrese, gravou um vídeo pedindo a libertação dos ativistas e uma ação dura do governo brasileiro contra o genocídio em Gaza.
Argentino com nacionalidade brasileira e italiana, Calabrese foi o primeiro ativista da delegação do Brasil a ser libertado. Ele saiu do país no avião turco que partiu de Tel Aviv neste sábado (04/10) levando 137 ativistas de diversos países, entre Turquia, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Kuwait, Argélia, Tunísia, Marrocos, Mauritânia, Líbia, Jordânia, Suíça, Bahrein e Malásia.
Os demais brasileiros continuam detidos pelas forças de Israel, após a interceptação de mais de 40 embarcações entre quarta-feira (01/10) e sexta-feira (03/10).
No vídeo, Calabrese conta que permaneceu três dias sem comunicação com a família após os ativistas “serem sequestrados em águas internacionais pelo Exército de Israel, maltratados e apontados com armas por muitas pessoas”.
Ver essa foto no Instagram
Maus tratos
“Quando chegamos no no porto fomos ainda mais maltratados ainda”, relatou Calabrese, ao contar que teve a liberdade antecipada por ter passaporte italiano. “Meus companheiros do Brasil e de outras partes do mundo ainda continuam presos, levados contra a sua vontade para um país no qual a gente não quer estar, somente pelo fato de levar alimentos e medicamentos, ajuda humanitária para o povo palestino em águas internacionais”, salientou.
Ele classificou o sequestrou de “violação imensa do direito internacional” e disse esperar do governo brasileiro, “uma ação mais decidida a favor da libertação de todos os brasileiros” demais “tripulantes da Global Sumud Flotilla”.
“É um grande absurdo de uma violação imensa do direito internacional que eles ainda continuem presos e sendo maltratados, sem a possibilidade de tomar um banho, sem a possibilidade de se alimentar dignamente, sem a possibilidade de sair da cela apenas para respirar ar fresco”, afirmou.
Ressaltando a liderança do Brasil nos meios diplomáticos, em particular na ONU, ele cobrou “uma ação decidida” do governo brasileiro “pela libertação de todos os companheiros que estão presos” e “pela libertação da Palestina que sofre um genocídio feroz por parte do Estado de Israel”.























