Brasil reitera solução de dois Estados e pede o fim imediato dos ataques israelenses em Gaza
Em nota sobre plano dos EUA, Itamaraty afirma que força internacional de estabilização deve ter mandato aprovado por Conselho de Segurança da ONU
Em nota divulgada neste sábado (04/10) pelo Itamaraty, o governo brasileiro se pronunciou sobre o plano apresentado pelo presidente Donald Trump, em 29 de setembro, para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Nesta sexta-feira (03/10), o Hamas respondeu à proposta, concordando em libertar todos os refugiados israelenses e solicitando esclarecimentos em certos parágrafos da proposta.
A nota do governo brasileiro reforça a defesa da implementação da solução de dois Estados e diz acompanhar com atenção as discussões em curso. O texto reconhece os esforços dos países mediadores para colocar fim ao conflito e pede a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina.
Confira a íntegra do texto:
O governo brasileiro acompanha com atenção as discussões que se seguiram ao anúncio, pelo governo norte-americano, em 29/9, de novo plano para cessar-fogo na Faixa de Gaza, cuja população segue assolada, decorridos dois anos, por mortes, deslocamentos forçados, fome e destruição de lares e de infraestrutura vital.
Ao reconhecer os esforços dos países mediadores para colocar fim ao conflito, o Brasil guarda expectativa de que, se aceito e implementado pelas partes, o plano resulte, entre outras medidas, na cessação imediata e permanente dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, na libertação dos reféns remanescentes, na entrada desimpedida de ajuda humanitária e no início urgente da reconstrução do território, sob apropriação e supervisão palestina. Defende, ademais, a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina.
Nesse contexto, o Brasil reafirma a convicção de que o único caminho para uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
Considera, por fim, que qualquer Força Internacional de Estabilização a ser desdobrada na região deverá contar com um mandato cuidadosamente desenhado e devidamente aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.























