Brasil condena assassinato de jornalistas em Gaza: ‘violação à liberdade de imprensa’
Itamaraty exigiu que Israel assegure direitos aos profissionais no enclave palestino; Cuba também denunciou ‘indignante impunidade’ do governo Netanyahu
O governo do Brasil condenou “com veemência” o assassinato dos jornalistas palestinos da emissora Al-Jazeera em um ataque de Israel contra a Faixa de Gaza na noite do último domingo (10/08).
Por meio de uma nota do Ministério das Relações Exteriores emitida nesta segunda-feira (11/08), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o ato como “flagrante violação ao direito internacional humanitário e ao exercício da liberdade de imprensa”.
O ataque “das forças israelenses eleva para mais de 240 o número de jornalistas mortos em Gaza desde o início do conflito. A cifra é eloquente quanto às sucessivas violações cometidas no período contra profissionais de imprensa”, acrescentou o comunicado.
Por fim, o Brasil instou o governo de Israel “a assegurar aos jornalistas o direito de desempenhar livremente e em segurança seu trabalho em Gaza”, e exigiu que as restrições impostas contra a entrada de profissionais da imprensa internacional no território sejam removidas.
Cuba denuncia “indignante impunidade”
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, também denunciou na segunda-feira a “impunidade” do governo de Israel após o assassinato dos jornalistas que trabalhavam para a Al Jazeera.
“Israel, em seu massacre contra o povo palestino, assassinou em Gaza uma equipe de jornalistas da Al Jazeera, que se somam aos mais de 200 comunicadores mortos no enclave”, escreveu o líder por meio da rede social X.

No domingo (10/08) ao menos seis jornalistas foram mortos em ataque contra tenda utilizada pela imprensa na Cidade de Gaza
Miguel Díaz-Canel Bermúdez/X
Ao expressar suas condolências, também denunciou “a indignante impunidade sustentada pelos Estados Unidos”
No domingo (10/08), ao menos seis jornalistas, sendo um funcionário do site palestino Sahat e cinco colaboradores da emissora árabe Al Jazeera foram mortos em um ataque aéreo contra uma tenda utilizada pela imprensa na Cidade de Gaza.
Entre eles estava entre eles Anas al-Sharif, de 28 anos e que Israel define como “terrorista”, o repórter Muhammad Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.
A tenda ficava perto do hospital de Al-Shifa e foi atacada pelas forças israelenses, em meio à crescente pressão da comunidade internacional para o país encerrar a guerra e desistir de um plano de ocupação total da Faixa de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram o ataque, alegando que Al Sharif apoiava o grupo palestino Hamas.
Ao todo, mais de 200 jornalistas foram assassinados na guerra lançada por Israel em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras.
(*) Com Ansa e TeleSUR























